Folha de S. Paulo


Dividido, Arizona vira palco de disputa de votos por Hillary e Trump

"O Arizona nunca esteve em dúvida", disse em comício perto de Phoenix o candidato a vice-presidente de Donald Trump, Mike Pence, na manhã de quarta (2).

O Estado, historicamente mais republicano, no entanto, apresentava um empate entre Hillary Clinton e Trump na média das pesquisas até o início desta semana.

Florencia Downes/Xinhua
 (161101) -- ARIZONA, noviembre 1, 2016 (Xinhua) -- Una mujer sostiene una pancarta de la campaña del candidato presidencial republicano, Donald Trump, en la ciudad de Nogales, estado de Arizona, Estados Unidos de América, el 1 de noviembre de 2016. El 8 de noviembre se celebrarán las elecciones presidenciales en Estados Unidos de América. (Xinhua/Florencia Downes/TELAM) (tl) (ma) (da)
Eleitora faz campanha para Trump em Nogales, no disputado Estado de Arizona

Nesta quarta, uma sondagem CNN/ORC mostrou o republicano ganhando espaço no Arizona (49% a 44%) e em Nevada (49% a 43%), onde a disputa também é apertada.

Ainda segundo a pesquisa, a democrata está à frente na Pensilvânia (48% a 44%) e com dois pontos a mais que o rival na Flórida (49% a 47%) -vantagem dentro da margem de erro de três pontos para todos os quatro Estados.

O resultado se dá após um revés para Hillary, que se tornou alvo de mais uma investigação do FBI (polícia federal americana) relacionada ao uso não autorizado de um servidor privado de e-mail quando ela era secretária de Estado (2009-2013).

No Arizona, a equipe da democrata tem concentrado esforços para tentar levar os 11 delegados do Estado onde o último democrata a vencer a disputa presidencial foi seu marido, Bill, em 1996.

Hillary e seu vice, Tim Kaine, farão dois comícios nos arredores de Phoenix em menos de 24 horas. A democrata discursa na noite de quarta e Kaine fará, nesta quinta (3), o primeiro discurso todo em espanhol de um dos candidatos das principais chapas na história da disputa à Casa Branca. Cerca de 21% dos possíveis eleitores do Arizona são hispânicos -nos EUA, o índice é de 11,3%, segundo o censo de 2014.

REPUBLICANOS

Em Mesa, subúrbio de Phoenix, o vice de Trump pediu a uma plateia de cerca de 400 pessoas que votassem o mais rápido possível e levassem outros para votar.

"Amigos não deixam os amigos votarem sozinhos", brincou, acrescentando que é hora de convencer os eleitores fora do Estado a "voltar para eleger Trump".

Quando Pence destacou que Hillary faria um discurso poucas horas depois perto dali, a plateia reagiu com gritos de "prendam-na" e "mulher nojenta" -termo usado por Trump no último debate para se referir à oponente.

O republicano lembrou declarações de Hillary numa palestra ao banco Itaú BBA em 2013 -já mencionadas no último debate presidencial- a favor do livre comércio.

"Ela vai mencionar [em seu discurso] seu pedido por fronteiras abertas como no discurso que deu no Brasil?", questionou, confundindo o local da palestra, que foi, na verdade, em Nova York.

Ao fim do comício, dois eleitores de Trump tentavam convencer os demais a irem protestar no discurso de Hillary à noite. "É lá que precisamos estar", diziam.


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