Folha de S. Paulo


Islândia pode se tornar o primeiro país governado por piratas

Os islandeses vão às urnas neste sábado (29) em uma eleição que pode levar a Islândia a se tornar o primeiro país da era moderna a ser governado por piratas.

O Partido Pirata, fundado quatro anos atrás por ativistas políticos, hackers e defensores da liberdade na internet, ganhou força no pequeno país nórdico com o descontentamento da população diante da crise financeira e escândalos —a eleição foi convocada após a renúncia, em abril, do premiê Sigmundur David Gunnlaugsson, apontado como um dos donos de contas offshore nos Panama Papers.

Em 2013, a legenda elegeu três representantes no Parlamento islandês, o Althingi, que tem 63 cadeiras. Desta vez, seus integrantes, a maioria jovens, esperam tomar ainda mais cadeiras da tradicional centro-direita. Pesquisas mostram o partido com 22% das intenções de voto, a frente do Partido da Independência.

Especialistas apontam dois cenários possíveis para o pleito deste sábado: uma coalizão da centro-direita com os partidos Independência e Progressista, que governam desde 2013; ou uma coalizão de esquerda com o Partido Pirata, o Movimento de Esquerda Verde e outros.

O debate eleitoral foi dominado pela economia, saúde pública e o desejo dos eleitores de reforma política.

Os piratas prometem introduzir a democracia direta no país, submeter o governo a maior escrutínio e estatizar os recursos naturais. O partido também defende leis mais rígidas para proteger os indivíduos de espionagem on-line.

A votação será encerrada às 22h (20h de Brasília) e os resultados devem ser divulgados na manhã de domingo (30).


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