Folha de S. Paulo


Após sequência de apoios a Hillary, jornal de Las Vegas endossa Trump

Depois de grandes veículos como "The New York Times" e "Vogue" anunciarem apoio à democrata Hillary Clinton, o candidato republicano na corrida à Casa Branca, Donald Trump, recebeu neste final de semana o endosso do jornal "Las Vegas Review-Journal".

"Trump não representa nem o perigo que seus críticos apontam nem o elixir mágico que seus apoiadores almejam", diz o editorial do jornal, publicado em seu site na noite deste sábado (22).

"Mas ele promete ser uma fonte de perturbação e desconforto para as elites políticas privilegiadas e que trocam agrados."

Jonathan Ernst/Reuters
Donald Trump, candidato republicano à Presidência dos EUA, em comício de campanha em Fletcher, na Carolina do Norte, nesta sexta-feira
O republicano Donald Trump em comício de campanha em Fletcher, na Carolina do Norte

Segundo o "New York Times", essa é a primeira benção da candidatura de Trump por um jornal de peso. O jornal ressalva, porém, que o veículo de Las Vegas foi comprado no ano passado por um conhecido apoiador do candidato e dos republicanos.

Hillary, por outro lado, tem tido ampla vantagem de apoio da mídia.

No editorial, o jornal de Las Vegas lista problemas que precisam ser resolvidos no país, como as medidas da administração Barack Obama no setor da saúde e a dívida americana.

"Hillary Clinton promete nos guiar pelo mesmo caminho", destaca o texto, que cita ainda uma potencial ameaça à segunda emenda à Constituição americana (que garante o porte de armas) caso Hillary seja eleita —algo que ela negou diversas vezes.

O jornal toca, também, no perfil polêmico de Trump. "A impulsividade e a acalorada retórica de Trump afastam muitos eleitores. Ele tem problemas em lidar com críticas e seria sábio descobrir o poder da humildade."

Isso, porém, não afasta o jornal de dar apoio ao republicano.

"Nenhum dos candidatos será chamado ao palco para receber um prêmio por integridade moral e de caráter. E já estamos dolorosamente familiarizados com o jeito Clinton de ser, que envolve tornar o serviço público uma orgia de tráfico de influência e de direito."


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