Folha de S. Paulo


Presidente das Filipinas diz que não quer realmente se separar dos EUA

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse nesta sexta-feira (21) que não estava cortando laços com os Estados Unidos, aliado de longa do seu país, mas meramente buscando uma política externa mais independente ao fortalecer as relações com a China.

Um dia depois de provocar um novo alarme diplomático ao anunciar o que chamou de sua "separação" de Washington, Duterte adotou um tom mais conciliador ao chegar de volta às Filipinas depois de uma visita de quatro dias à China.

Erik de Castro - 24.ago.2016/Reuters
Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, faz gesto durante visita a campo militar no país
Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, faz gesto durante visita a campo militar no país

"Não é corte de laços. Quando você diz corte de laços, você corta relações diplomáticas. Eu não posso fazer isso", afirmou o líder filipino à imprensa numa entrevista à meia-noite na sua cidade de origem, Davao, no sul do país.

"É do melhor interesse dos meus compatriotas manter essa relação."

Na quinta-feira, Duterte havia dito a empresários chineses e filipinos durante um fórum em Pequim que os EUA tinham "perdido agora", quando ele busca o que chama de uma nova aliança comercial com a China.

"Eu anuncio a minha separação dos EUA", afirmara ele, aplaudido, acrescentando que também buscaria relações mais próximas com a Rússia.

Comentando nesta sexta a sua fala, ele declarou que o que quis dizer foi que a política externa de Manila não precisava sempre "se encaixar" com Washington.

"Por separação, o que eu estava realmente dizendo era separação de política externa", afirmou. "No passado, e até o momento em que eu me tornei presidente, nós sempre seguimos o que os EUA davam como deixa."


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