O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, pediu neste domingo (2) "profundas" desculpas à comunidade judaica e disse que suas referências ao Holocausto durante sua retórica de guerra às drogas era para rebater críticos que o compararam ao ditador Adolf Hitler. Ele já havia se retratado por meio de um porta-voz no sábado (1º).
Duterte reconheceu que os comentários feitos na sexta-feira (30) causaram indignação nas comunidades judaicas em todo o mundo, mas insistiu que sua menção ao líder nazista foi feita para deter opositores.
Na ocasião, ele disse que ficaria feliz em "matar 3 milhões de usuários e traficantes de drogas no país." "Se a Alemanha teve Hitler, as Filipinas teriam...", disse ele, fazendo uma pausa e apontando para si mesmo. "Vocês conhecem minhas vítimas. Eu gostaria que fossem todas criminosas para encerrar o problema do meu país e salvar a próxima geração da perdição".
Neste domingo, o tom foi diferente: "Eu queria falar aqui, aqui e agora, que nunca houve a intenção da minha parte de depreciar a memória de seis milhões de judeus mortos", afirmou, em discurso em um evento televisionado.
"Referiam-se a mim como se eu fosse Hitler, que matou muitas pessoas."
Ele acrescentou: "Eu me desculpo profundamente com a comunidade judaica. Nunca foi minha intenção, mas o problema foi que eu fui criticado, usando Hitler em comparação a mim".
Mais de 3.100 pessoas morreram desde que Duterte assumiu o poder há três meses e lançou uma guerra contra as drogas, promessa de campanha que o levou à vitória por larga margem.
A maioria dos mortos foi de usuários e traficantes. Algumas delas ocorreram em tiroteios em operações policiais e outras com guardas, disse a polícia.
Duterte, 71, recebeu o apelido de "O Punidor" pela seu combate ao crime.