Folha de S. Paulo


Protesto durante festival religioso deixa mais de 50 mortos na Etiópia

Tiksa Negeri/Reuters
People assist an injured protestor during Irrechaa, the thanks giving festival of the Oromo people in Bishoftu town of Oromia region, Ethiopia, October 2, 2016. REUTERS/Tiksa Negeri TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: SIE04
Pessoas ajudam ferido em correria causada durante protesto entre manifestantes e a polícia

Um tradicional festival religioso em Bishoftu, na Etiópia, acabou em confronto entre manifestantes contrários ao governo e a polícia. Ao menos 52 pessoas morreram, segundo a imprensa estatal.

Manifestantes gritavam slogans antigoverno como "nós precisamos de liberdade" e "nós precisamos de justiça" e, segundo a agência de notícias Reuters impediam os mais velhos, tidos como apoiadores do governo, de chegarem ao palco do festival para discursar.

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Protesters run from tear gas being fired by police during Irreecha, the thanks giving festival of the Oromo people in Bishoftu town of Oromia region, Ethiopia, October 2, 2016. REUTERS/Tiksa Negeri ORG XMIT: SIE10
Manifestantes correm de gás lacrimogêneo lançado pela polícia durante festival em Bishoftu

Segundo testemunhas, os manifestantes agitavam a bandeira da Frente de Libertação Oromo, um grupo rebelde classificado de terrorista pelo governo, em meio ao público do festival.

Alguns chegaram a jogar pedras e garrafas de plástico contra os policiais, que reagiram com gás lacrimogêneo e disparos para o alto, o que levou a uma correria e pisoteamento.

Cerca de 2 milhões de pessoas participavam do festival anual Irrecha em Bishoftu, ao sudeste da capital Addis Ababa.

"Como resultado do caos, vidas foram perdidas e muitos feridos foram levados ao hospital", disse a secretaria de comunicação do governo, sem citar números. "Os responsáveis vão encarar a justiça."

Merera Gudina, representante do opositor Congresso Federalista de Oromo, disse à Reuters que ao menos 50 pessoas foram mortas enquanto a multidão tentava fugir da polícia. Ele disse que o governo tentou usar o evento religioso para mostrar apoio, "mas as pessoas protestaram mesmo assim".

Nos últimos meses, protestos contra o governo tomaram várias regiões da Etiópia. O regime reagiu com dureza, levando a críticas internacionais ao uso excessivo de força.


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