Folha de S. Paulo


Netanyahu e Abbas apertam as mãos no funeral de Shimon Peres

Government Press Office/Reuters
Presidente palestino, Mahmud Abbas, e premiê israelense, Binyamin Netanyahu, apertaram as mãos
Presidente palestino, Mahmoud Abbas, e premiê israelense, Binyamin Netanyahu, apertaram as mãos

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apertaram as mãos nesta sexta-feira (30) antes do funeral do ex-presidente israelense Shimon Peres em Jerusalém.

Sob uma tenda instalada para receber os líderes de todo o mundo, Abbas e Netanyahu conversaram rapidamente.

"É bom te ver, fazia tempo", disse Abbas ao chefe do governo israelense, antes de saudar a esposa do premiê, Sara Netanyahu.

Os dois homens não apertavam as mãos desde a reunião de cúpula sobre o clima de Paris, em dezembro de 2015.

A presença de Abbas em Jerusalém é algo que não acontecia há vários anos. De fato, o presidente palestino precisou de uma autorização especial dos israelenses.

Nenhum presidente árabe compareceu ao funeral, mas o Egito, um dos países árabes que assinou a paz com Israel, enviou seu ministro das Relações Exteriores.

Abbas estava acompanhado pelo número dois da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e pelo chefe dos serviços de segurança palestinos.

Abbas chamou Peres de "sócio para a paz dos corajosos". O grupo terrorista palestino Hamas, que atua na faixa de Gaza, classificou o ex-presidente israelense de "criminoso" e disse que boa parte da população palestina pensa de maneira parecida.

'TAREFA INACABADA'

O presidente americano Barack Obama afirmou nesta sexta-feira em Jerusalém, no funeral de Shimon Peres, que a paz entre Israel e os palestinos, que tanto desejava o prêmio Nobel da Paz, continua sendo uma "tarefa inacabada".

No início do elogio fúnebre, Obama ressaltou a excepcional presença na cerimônia do presidente palestino Mahmoud Abbas, o que "recorda que a paz é uma tarefa inacabada".

Obama disse que Peres está "entre os gigantes do século 20", como Nelson Mandela ou "mulheres como sua majestade a rainha Elizabeth do Reino Unido".

Dezenas de autoridades do mundo inteiro viajaram a Jerusalém, que mobilizou um grande esquema de segurança, para prestar a última homenagem a Peres, que morreu aos 93 anos na última quarta (28).

No início da cerimônia, Netanyahu elogiou Peres como "um grande homem" para Israel e o mundo.

Obama, Abbas e vários chefes de Estado estavam sentados na primeira fila.

Peres, que morreu depois de sofrer um acidente vascular cerebral, era o único sobrevivente dos três premiados com o Nobel da Paz em 1994 por seu envolvimento nos Acordos de Oslo.

O acordo estabelecia as bases de uma autonomia palestina e oferecia a esperança, hoje em dia muito distante, para uma solução do conflito israelense-palestino.


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