Folha de S. Paulo


Única vítima em acidente de trem nos EUA é uma brasileira

A advogada brasileira Fabíola Bittar de Kroon, 34, foi identificada por autoridades americanas como a única vítima de um acidente de trem que deixou ao menos outras 108 pessoas feridas, na manhã de quinta-feira (29), em Hoboken (Nova Jersey).

Horas após seu nome ter sido divulgado, o consulado do Brasil em Nova York informou que foi contatado pelo governo americano, confirmando a nacionalidade da vítima.

Em redes sociais, ela dizia ser de Santos (São Paulo) e atual residente da cidade novajersiana, a dez minutos da ilha de Manhattan, em Nova York.

Fabíola não estava no trem —ela esperava na plataforma quando parte do teto da estação ferroviária caiu após o impacto. Foi atingida por destroços.

Reprodução/Facebook
brasileira Fabiola Bittar De Kroon com o marido, em foto do perfil dela no Facebook
Brasileira Fabíola Bittar de Kroon com o marido, em foto do perfil no Facebook

O "New York Post" disse que a mãe de Fabíola, Sueli, que mora no Brasil, recebeu uma ligação do marido da filha, o holandês Daan de Kroon.

Ele telefonou para contar as más notícias por volta das 15h30. "Estamos muito, muito tristes", afirmou Sueli ao jornal. A filha do casal estava na creche no momento do acidente.

No dia 5 de agosto, Fabíola recorreu à comunidade "Mamães de Hoboken" atrás de sugestões para levar seu bebê, de 18 meses, à praia em transporte público.

"Acabamos de mudar para Nova Jersey, então não tenho ideia de qual praia seria boa numa distância justa. Dicas?"

CARREIRA

Fabíola era uma advogada corporativa com "sólida experiência no campo legal" e especializada em "direito brasileiro", segundo seu perfil do LinkedIn, rede social para contatos profissionais.

Elencava experiências em empresas como LG Eletronics e o Itaú Unibanco, como trainee. Seu último trabalho foi na SAP, empresa de software que deixou no primeiro semestre, de acordo com o porta-voz Atle Elingsson. "Estamos profundamente abalados."

Colegas lotavam seu perfil com boas recomendações para a "profissional dedicada" com quem qualquer um "ficaria feliz de trabalhar junto".

No LinkedIn, ela afirmava ter estudado direito na Universidade Mackenzie, entre 2000 e 2004, e feito mestrado em administração na Universidade Internacional da Flórida —por onde seu marido também afirma ter passado.

Ex-colega na LG, Dolf Wiemer conta à Folha apreciar a "coragem de Fabíola", que largou tudo para seguir o marido —como ele, Daan era membro da comunidade holandesa em São Paulo, onde conheceu a futura mulher, nos anos 2000.

A mãe da vítima conta que ela se mudou de Santos para Hoboken por um ano, para acompanhar Daan, que trabalhava numa companhia de Manhattan.

Sua página no Facebook é recheada de fotos com o marido, que já trabalhou como diretor de exportação da marca de cachaça Ypióca.

Numa delas, os dois mergulham e fazem sinal de "ok" para a câmera, em 2013.


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