Folha de S. Paulo


Maduro prorroga por mais 60 dias estado de exceção na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prorrogou por mais 60 dias o estado de exceção por emergência econômica, em vigor no país desde janeiro. O decreto foi publicado nesta quinta-feira (15) no "Diário Oficial" venezuelano.

Amparado pelo estado de exceção, Maduro continuará a poder recorrer a "mecanismos excepcionais de supervisão, controle e traçado" da produção, distribuição e comercialização de alimentos, artigos de higiene pessoal e medicamentos.

Reuters
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fala durante seu programa semanal na TV estatal do país
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fala durante seu programa semanal na TV estatal do país

A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica. Segundo estimativas do setor privado, a escassez de produtos alcança 80% do setor de alimentos e remédios. O FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta uma inflação de 720% para este ano.

No início deste mês, Maduro nomeou 18 chefes militares para fiscalizar produtos como arroz, carnes e papel higiênico.

O governo atribui a crise econômica a um suposto complô antissocialista e à queda da arrecadação petroleira com o desabamento do preço do produto desde 2014. Para a oposição e a maioria dos economistas, a crise é anterior à queda do petróleo e resulta da má gestão e das políticas chavistas como ataques ao setor produtivo e controles de preço e de câmbio.

Decretado por Maduro em janeiro deste ano, o estado de exceção já havia sido prorrogado em março, maio e julho. Nenhuma das propostas havia sido aceita pela Assembleia Nacional venezuelana, mas o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), que a oposição acusa de estar a serviço do chavismo, validou os pedidos do governo.

A oposição promete para esta sexta-feira (16) protestos em todo o país para exigir que o referendo revogatório contra Maduro ocorra ainda este ano. O governo também convocou atos a favor do presidente.


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