Folha de S. Paulo


Ações de caridade da Fundação de Trump passam a ser investigadas

A Fundação Donald J. Trump, que leva o nome do presidenciável republicano, está oficialmente sob investigação.

O procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman, afirmou nesta terça-feira (13) que averigua a situação da entidade "para garantir que ela está de acordo com os leis que regem a caridade" no Estado.

Filiado ao Partido Democrata, que rivaliza com os republicanos, Schneiderman quer apurar "transações problemáticas que vieram à tona", disse uma fonte familiarizada com o assunto ao site "Politico".

Foi o escritório do procurador-geral que pediu para investigar a Universidade Trump. Pelo programa de seminários sem caráter universitário oficial, o empresário responde na Justiça por acusações de fraude –ele teria lubridiado cerca de 5.000 ex-clientes, num total de US$ 40 milhões, por um projeto que não entregou o prometido.

"Estamos preocupados que a Fundação Trump pode ter se envolvido com alguma impropriedade', disse Schneiderman à CNN, sem dar mais detalhes do caso.

TRANSPARÊNCIA

Há meses paira sobre o republicano a dúvida sobre o quão filantrópico ele realmente é. Sua recusa em divulgar suas declarações de Imposto de Renda, uma praxe entre presidenciáveis, dificulta saber quanto dinheiro ele doou para instituições de caridade nos últimos anos.

No final de semana, o "Washington Post" publicou reportagem afirmando que Trump não repassava dinheiro para sua própria fundação –que concentraria suas doações– desde 2008.

Segundo o jornal, Trump teria gasto US$ 20 mil de verba que seria reservada para causas filantrópicas numa pintura dele mesmo.

A fundação também é suspeita de ter feito uma doação ilegal para a procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, em 2013. Aliada política do empresário, ela desistiu de abraçar a investigação contra a Universidade Trump (como muitos Estados americanos).

Um PAC (comitê de ação política) que apoiava Bondi recebeu US$ 25 mil da Trump Tower dias antes de ela oficializar que não iria atrás do caso. Tanto Trump quanto Bondi negaram que a doação tenha influenciado a procuradora.

Outro alvo, nas eleições é a Fundação Clinton, que promove projetos humanitários sob o nome do ex-presidente Bill, da presidenciável Hillary e da filha do casal, Chelsea.

Hillary é acusada de ter usado seu cargo como secretária de Estado (2009-13) para tráfico de influência, ajudando doadores de sua entidade.

A lista de quem já colaborou para a entidade é longa: inclui grandes empresas (Exxon e Coca-Cola), governos estrangeiros (Arábia Saudita), companhias brasileiras (Andrade Gutierrez e Itaú), Leonardo DiCaprio e o próprio Donald Trump.


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