Folha de S. Paulo


Turquia pede formalmente aos EUA extradição do clérigo Fetullah Gülen

Pela primeira vez, a Turquia fez um pedido formal aos Estados Unidos para a extradição do clérigo Fetullah Gülen sob a acusação de ter orquestrado a tentativa de golpe do dia 15 de julho, informou nesta terça-feira (13) a emissora turca NTV.

O presidente Recep Tayyip Erdogan discutiu o assunto com o americano Barack Obama durante a reunião de cúpula do G20, na China, no início deste mês. Um alto funcionário do governo americano disse à época que Obama explicou a Erdogan que a decisão seria tomada em bases legais, não políticas.

De acordo a agência estatal Anadolu, o Ministério da Justiça informou que o documento enviado a Washington acusa o clérigo exilado na Pensilvânia de "dar as ordens e comandar" o golpe que matou mais de 240 pessoas.

Gülen nega qualquer envolvimento no episódio e afirma que Erdogan, seu antigo aliado, realiza uma "caça às bruxas" no país.

O governo turco vem pedindo informalmente a prisão e extradição do clérigo há semanas.

Em agosto, durante a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, à Turquia, Erdogan afirmou: "Conforme o acordo de extradição entre Estados Unidos e Turquia, esses tipos de pessoas deveriam ao menos estar detidos, presos e postos sob vigilância. Ainda assim, esse indivíduo dirige sua organização terrorista do seu esconderijo".

Desde a tentativa de golpe, o governo de Erdogan tem promovido um extenso expurgo em setores como o Exército, o Judiciário e a imprensa.

Segundo os números oficiais, já houve 4.451 afastamentos de militares, incluindo 151 generais. Em 17 de agosto, o governo estimava mais de 40 mil presos, dos quais 20 mil permaneciam detidos. Há aproximadamente 80 mil funcionários públicos suspensos de suas funções.


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