Folha de S. Paulo


'O que é Aleppo?', pergunta candidato libertário à Presidência dos EUA

"O que é Aleppo?". Gary Johnson, candidato pelo Partido Libertário à eleição presidencial norte-americana, deu esta resposta surpreendente após ser perguntado sobre a situação na cidade síria que está sitiada há meses.

"O que você faria a respeito de Aleppo se fosse eleito?", perguntou a Johnson o jornalista Mike Barnicle, do programa "Morning Joe", sobre a cidade do norte da Síria cercada pelo regime de Bashar Al-Assad e que regularmente ocupa as manchetes dos jornais.

"O que é Aleppo?", respondeu o candidato Gary Johnson. "Você está brincando comigo?", questionou o jornalista. "Aleppo está na Síria, é o epicentro da crise dos refugiados", explicou o apresentador de televisão.

Após o repórter relembrar o que é Aleppo ao candidato, Johnson disse que trabalharia junto à Rússia para encontrar uma solução diplomática para a guerra civil e que o conflito era um exemplo dos perigos de interferências na região.

Patrick T. Fallon/Reuters
U.S. Libertarian Party presidential candidate Gary Johnson speaks during the
O candidato pelo Partido Libertário, Gary Johnson, durante evento na California, em junho

O deslize levou à criação da hashtag #whatisAleppo (o que é Aleppo), que se espalhou pelas redes sociais. Ex-capital econômica do país, Aleppo está dividida em dois desde julho de 2012. A leste estão os bairros controlados pelos grupos rebeldes, e a oeste os bairros controlados pelo regime. Os bombardeios de aviões do regime sírio e de seus aliados russos são lançados diariamente.

Depois, Johnson reconheceu a outro repórter da MSNBC que a repercussão do erro era merecida e pediu desculpas por meio de um comunicado, dizendo que ele pensava que Aleppo tratava-se de um acrônimo, e não da cidade síria.

"Deu branco", disse. "Acontece, e vai acontecer de novo durante o curso desta campanha. Eu posso nomear cada cidade na Síria? Não. Eu deveria ter identificado Aleppo? Sim. Eu entendo o seu significado? Sim."

Gary Johnson obteria 13% de apoio, segundo uma pesquisa realizada pelo "Washington Post" em 50 Estados e publicada na terça-feira (6).


Endereço da página: