Folha de S. Paulo


Dinamarca vai comprar dados do 'Panama Papers' sobre sonegação

A Dinamarca anunciou que vai comprar dados dos "Panama Papers sobre centenas de contribuintes que podem ter sonegado impostos no país. O governo anunciou que vai pagar a uma fonte anônima para obter as informações.

O ministro da Fazenda do país, Karsten Lauritzen, disse que esta fonte entrou em contato por um canal criptografado oferecendo os dados, que podem envolver até 600 pessoas do país.

"Devemos tomar as medidas necessárias para alcançar os culpados de evasão fiscal que escondem fortunas, por exemplo, no Panamá, com o objetivo de evitar o fisco da Dinamarca", afirmou Lauritzen em um comunicado.

AFP
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"Não podemos estar seguros do resultado final, mas tudo leva a pensar que são informações úteis" para a administração fiscal dinamarquesa, acrescentou.

INVESTIGAÇÃO

O Estado pagará a sua fonte "alguns milhões" de coroas, ou seja, algumas centenas de milhares de euros, por cerca de 320 arquivos que envolveriam entre 500 e 600 contribuintes.

O governo dinamarquês examinou uma "amostra" fornecida por esta fonte e concluiu que "as informações são suficientemente pertinentes e válidas para lançar controles fiscais contra um certo número de pessoas físicas e jurídicas que aparecem".

Lauritzen admitiu que pode haver problemas ligados à compra de dados vazados desta forma, mas disse que as autoridades do país vão tomar cuidado ao analisar as informações.

Em abril, vários meios de comunicação reunidos em um consórcio revelaram alguns dados sobre uma fraude fiscal extraídos de quase 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, escândalo conhecido como "Panama papers".

Não está claro se a Dinamarca é o primeiro país a comprar ou ter acesso aos dados obtidos pelo vazamento.

O primeiro-ministro islandês e um ministro espanhol renunciaram após a publicação dos dados, que provocou a abertura de várias investigações.


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