Folha de S. Paulo


Oposição argentina amplia denúncia contra Macri no caso 'Panama Papers'

Agustin Marcarian/Reuters
Argentine President Mauricio Macri speaks during an interview in Buenos Aires, Argentina, August 8, 2016. Picture taken August 8, 2016. REUTERS/Agustin Marcarian ORG XMIT: BAS07
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante entrevista na cidade de Buenos Aires

Uma sociedade brasileira foi comprada, em 1998, por uma empresa constituída no paraíso fiscal das Bahamas e da qual o presidente argentino, Mauricio Macri, é apontado como sócio, de acordo com denúncia apresentada na terça (23) por um opositor do governo.

O deputado kirchnerista Darío Martínez enviou à Justiça documentação sobre as atividades da offshore Fleg Trading. A empresa foi revelada em abril pela investigação "Panama Papers", que divulgou informações sobre companhias de políticos, empresários e celebridades em paraísos fiscais em todo o mundo.

No caso de Macri, ele foi citado como diretor da Fleg Trading. O mandatário afirma que nunca havia declarado a empresa por ela ser de seu pai e por ele nunca ter recebido nenhum salário ou dividendo dela.

À época do escândalo, a Casa Rosada informou também que a empresa havia sido criada para investir no Brasil, mas que não havia concretizado o plano nem chegado a ter atividades.

Martínez, porém, afirma que a Fleg Trading adquiriu, em 1998, 99,9% da sociedade Owners do Brasil por US$ 9,3 milhões. "Essa compra faz da Owners a máscara da Fleg no Brasil", afirma o deputado na denúncia.

A Owners, por sua vez, comprou papéis de outras três sociedades –Itron do Brasil, Martex do Sul e Mega Consultoria Serviços e Participações. Macri, entretanto, nunca apareceu como acionista de nenhuma dessas empresas. A Casa Rosada não se pronunciou sobre o assunto.


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