Folha de S. Paulo


Ao menos 22 das 54 vítimas de ataque a casamento na Turquia eram crianças

Ao menos 22 das 54 vítimas do ataque a bomba em um casamento na Turquia tinham menos de 14 anos de idade, informou nesta segunda-feira (22) uma autoridade do governo turco.

Uma criança com idade entre 12 e 14 anos se explodiu no sábado (20) durante um casamento em Gaziantep, no sul do país, afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que culpou a facção terrorista Estado Islâmico —o grupo, porém, não havia reivindicado a autoria.

Nesta segunda, um funcionário da área de segurança do governo turco afirmou que a bomba usada no casamento é do mesmo tipo utilizado em dois ataques de 2015 atribuídos ao Estado Islâmico, reforçando a suspeita de que a organização seja responsável pela ação deste domingo.

"Nossa fronteira deve ser completamente limpa do Estado Islâmico", disse nesta segunda o ministro das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu. "Temos o direito natural de combater esta organização terrorista em nosso território e no exterior."

O Estado Islâmico é suspeito de ataques a aglomerações curdas como maneira de aprofundar a crise e aproveitar-se do caos.

O casamento de sábado era de um membro de um partido alinhado ao movimento curdo. Segundo a agência de notícias Reuters, o noivo feriu-se na explosão. A noiva não.

Havia um bebê de três meses entre os mortos, de acordo com testemunhas. A bomba foi acionada durante o fim da celebração, enquanto os convidados dançavam. Um colete com explosivos foi encontrado, segundo as informações das autoridades.

Localizada no norte da fronteira com a Síria, Gaziantep se tornou um importante centro de acolhida de sírios que fogem da guerra civil em seu país.

Depois de ter acolhido refugiados e ativistas da oposição, teme-se também a presença de extremistas.

Na semana passada, o sudeste da Turquia foi alvo de três atentados que deixaram 14 mortos. O governo responsabilizou a guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK curdo.


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