Como anunciado um dia antes, o governo da Alemanha propôs nesta quinta-feira (11) um pacote de medidas de segurança. O anúncio ocorre após uma série de ataques no país, ocorridos ao longo do mês passado.
Thomas de Maizière, ministro do Interior, sugeriu a criação de uma unidade de combate a crimes na internet, a facilitação para a deportação de imigrantes que tenham cometido crimes e a remoção da cidadania de alemães que tenham se unido a milícias terroristas.
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O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, anuncia medidas antiterror em Berlim |
"Estou convencido de que essas propostas vão incrementar a segurança rapidamente", afirmou Maizière a repórteres durante uma entrevista coletiva em Berlim.
É possível que essas medidas sejam implementadas mesmo sem a aprovação da câmara baixa do Parlamento, em meados de 2017.
Há receios em relação à segurança na Alemanha, após uma série de incidentes em um curto período.
Entre 18 e 26 de julho, dez pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no país em quatro ataques diferentes.
Um dos destaques do plano alemão é a criação da unidade para investigar crimes e terrorismo na internet.
Seria montado um escritório no começo do ano que vem, onde trabalhariam 400 funcionários, incluindo especialistas no rastreio do contrabando de armas e da comunicação terrorista em redes sociais.
Maizière propôs, ainda, a flexibilização da confidencialidade entre médico e paciente nos casos em que haja ameaça à segurança pública. A ideia surgiu após o caso em que um paciente matou a tiros um médico num hospital em Berlim e depois se suicidou. A proposta de Maizière é criticada pela associação local de médicos.
BURCA
Quanto à proibição da burca (vestimenta islâmica que cobre corpo e rosto), cuja sugestão era esperada, o ministro alemão afirmou que a ideia é "constitucionalmente problemática" e que "você não pode proibir tudo ao que você se opõe".
A vizinha França proíbe o uso da burca na rua e em outros locais públicos, com multa de até € 150 (R$ 525).