Foi preso neste sábado (30) em Indaiatuba (a 98 km de São Paulo) o bósnio Nikola Ceranic, 47, acusado de crimes de guerra no conflito que levou à separação da Bósnia da antiga Iugoslávia.
Foragido desde 1992, tinha mandado de prisão internacional e estava na lista de procurados da Interpol. Segundo o órgão, ele é processado na Bósnia pela morte de civis bósnios durante a guerra, na década de 1990.
A prisão foi feita em uma operação conjunta entre o Ministério Público Federal, o Ministério Público de São Paulo e as polícias civil e militar de São Paulo e a Polícia Federal (PF), além das autoridades da Bósnia.
O secretário-executivo do Grupo de Atuação Especial contra Organizações Criminosas (Gaeco) da Polícia Civil, Amauri Silveira Filho, afirmou que o bósnio foi capturado em uma casa na cidade em que estava com a família.
O imóvel, afirma Silveira Filho, era monitorado há duas semanas pelo Gaeco. Ceranic não resistiu à prisão e foi levado inicialmente para a delegacia da Polícia Federal em Campinas antes de ser transferido para São Paulo.
Ele ficará na superintendência da PF na capital até que o STF (Supremo Tribunal Federal) ordene a extradição. Os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores repassarão os dados sobre a prisão à Justiça da Bósnia.
A captura acontece pouco mais de um mês após as autoridades bósnias pedirem a extradição de Ceranic. Em 24 de junho, o Ministério da Justiça apresentou ao STF o pedido de prisão preventiva do cidadão bósnio.
A prisão foi decretada no dia 22 pelo ministro Ricardo Lewandowski após o Gaeco encontrar o foragido em Indaiatuba. A extradição depende de decisão final do tribunal. A relatora do caso é a ministra Carmen Lúcia.
No processo de extradição, deverão se pronunciar a defesa do bósnio e a Procuradoria-Geral da República. Ainda não há data prevista para o julgamento no STF.
Colaborou SIDNEY GONÇALVES DO CARMO, de São Paulo.