O líder da Frente al-Nusra, da Síria, afirmou que o grupo está mudando de nome e anunciou que não tem mais relações com a Al Qaeda.
Em um vídeo divulgado nesta quinta (28) na TV Orient, da oposição síria, e na Al-Jazeera, Mohammed al-Golani disse que a facção está se desligando da rede terrorista para acabar com "pretextos" dos Estados Unidos e da Rússia para atacar grupos rebeldes enquanto afirmam focar a al-Nusra e sua ligação com a Al Qaeda.
A al-Nusra era uma ramificação da Al Qaeda na Síria e um dos grupos armados mais poderosos na luta contra o governo. Al-Golani ainda disse que a facção passará a se chamar Frente da Conquista do Levante e não terá "nenhuma relação com outros grupos". O vídeo exibiu o rosto de militantes sírios pela primeira vez.
Golani afirmou que a decisão reduziria diferenças com outros grupos rebeldes que também lutam para derrubar o ditador sírio, Bashar al-Assad. O país está em guerra civil há mais de cinco anos.
O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahri, deu sua anuência para a divisão, e Golani agradeceu a ele por colocar o interesse dos muçulmanos "acima interesses da organização".
Mesmo com a divisão formal entre os grupos, a ideologia militante não deverá mudar. Os Estados Unidos já disseram que consideram a al-Nusra como a Al Qaeda "em sua natureza fundamental".
Militantes do al-Nusra estão entre os mais fortes no combate às forças do governo Assad, e lutam ao lado de outras facções rebeldes que, por sua vez, têm sido atingidas por bombardeios da Rússia (aliada de Assad na guerra).
Ao deixar a Al Qaeda, a al-Nusra poderia se aproximar mais desses grupos rebeldes, segundo defensores do afastamento da Al Qaeda, o que poderia colocar pressão para os EUA —em lado oposto na guerra à Rússia— não apoiar ataques sobre a al-Nusra.