A promotoria abandonou as últimas acusações contra três policiais de Baltimore que aguardavam julgamento pela morte de Freddie Gray e culpou a polícia por uma investigação classificada como tendenciosa.
A decisão significa que ninguém será apontado como criminalmente responsável pela morte de Gray, que era negro e morreu em abril de 2015, aos 25 anos, sete dias depois de sofrer uma grave lesão na coluna quando estava sob custódia da polícia.
A morte do jovem alimentou o movimento Black Lives Matter (vidas negras importam) e gerou uma onda de grandes protestos e tensão em Baltimore.
A decisão da promotoria veio após a absolvição, por um juiz, de três dos seis policiais (três brancos e três negros) acusados no caso, incluindo o motorista da van, considerado o maior responsável pela morte.
Frente ao caso, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou uma investigação sobre práticas e padrões indevidos que estariam sendo usados pela polícia de Baltimore. O resultado da análise ainda não foi divulgado.
Nesta quarta (27), em vez de uma audiência prévia ao julgamento do policial Garret Miller, a promotoria informou ao juiz que abandonaria as acusações contra Miller e os outros policiais.
Pouco depois do anúncio, a promotora Marilyn Mosby concedeu uma entrevista e disse que houve "relutância" e "uma tendência clara" entre os policiais que investigaram a morte de Gray.
"Não acreditamos que Freddie Gray se matou", ela disse. "Concordamos com o laudo de que sua morte foi um homicídio", ela disse.
Os promotores do caso alegaram, ao longo do processo, que Gray foi ilegalmente detido após fugir de uma fiscalização da polícia, e que as autoridades falharam ao não prender Grey ao cinto de segurança do veículo ou chamar equipes médicas quando ele afirmou que queria ir ao hospital.
A defesa dos policiais afirmou que foi feita justiça no caso. Os policiais acusados processaram Mosby, alegando que a promotora apresentou acusações falsas contra eles intencionalmente.
Mosby apresentou suas acusações rapidamente após receber a investigação policial. E, na sequência, foi presença constante em entrevistas em revistas e na televisão.
Em um acordo com o governo local, a família de Gray recebeu US$ 6,4 milhões.