Folha de S. Paulo


Terrorista que matou 84 em Nice teve a ajuda de cinco cúmplices

O procurador francês François Molins disse que o terrorista tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel, que matou 84 pessoas com um caminhão durante as celebrações do Dia da Bastilha em Nice, vinha planejando o ataque por meses e teve a ajuda de pelo menos cinco pessoas.

"A investigação que tem sido conduzida desde a noite de 14 de julho avançou e não só confirmou a natureza premeditada do ato de Mohamed Lahouaiej Bouhlel como também apontou que ele foi teve apoio e cúmplices", disse Molins a jornalistas.

Reproducao/TF1
Mohamed Bouhlel tira selfie em caminhão que seria usado em atentado no dia seguinte na orla de Nice
Mohamed Bouhlel tira selfie em caminhão que seria usado em atentado no dia seguinte na orla de Nice

Em um inquérito judicial aberto nesta quinta (21), os cinco suspeitos que estão hoje sob custódia responderão por acusações de terrorismo. Eles teriam contribuído de alguma forma para o atentado.

Segundo Molins, o celular do motorista tunisiano tinha buscas e fotos que indicam que ele estudava o ataque desde 2015.

Dois dias após o ataque, a polícia francesa já havia divulgado que mensagens de celular mostravam que Bouhlel não agiu sozinho.

No SMS, enviado cerca de 15 minutos antes do início do massacre na promenade des Anglais, a avenida beira-mar de Nice, o tunisiano escreveu: "Traga mais armas em 5 [minutos]".

Seu destinatário seria um homem identificado como Choukri, um dos presos.

No dia 16, o Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado de Nice, que deixou 84 pessoas mortas e mais de 200 feridos. A facção terrorista proclamou que Bouhlel era seu "soldado", mas os serviços de inteligência não o haviam detectado como suspeito.

Um dos homens detidos em conexão com Bouhlel seria quem teria fornecido a informação de que o tunisiano teria se radicalizado "muito rapidamente" nas últimas semanas, citada pelo ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve.

Câmeras de segurança captaram imagens do caminhão usado no atentado circulando pela promenade des Anglais nos dois dias anteriores ao crime, em outro indício de que houve uma preparação prévia, e não um ato impulsivo.


Endereço da página:

Links no texto: