Folha de S. Paulo


Justiça da Colômbia aprova uso de plebiscito para acordo com as Farc

O Tribunal Constitucional da Colômbia aprovou nesta segunda-feira (18) o uso de um plebiscito para referendar o acordo de paz com as Farc, embora tenha impedido a inclusão do pacto na Constituição do país.

Segundo a presidente da corte, María Victoria Calle, o projeto de lei que sairá dos diálogos com a guerrilha "é uma decisão política e sua confirmação não implica a uma incorporação ao ordenamento jurídico colombiano".

Luis Robayo - 15.jul.2016/AFP
Manifestantes dão apoio ao acordo de paz com as Farc em ato em Cali, na Colômbia, em 15 de julho
Manifestantes dão apoio ao acordo de paz com as Farc em ato em Cali, na Colômbia, em 15 de julho

Embora a colocação do acordo de paz como emenda constitucional tenha sido retirada, os magistrados mantiveram o visto para o piso de votação para a aprovação da consulta e a participação de políticos na campanha.

Desse modo, o acordo será aprovado se 13% dos eleitores do país —ou 4,3 milhões dos 33 milhões de pessoas aptas a votar— optarem pelo "sim", independente da votação do "não" ou das abstenções.

Também será possível ao presidente Juan Manuel Santos e seus ministros participarem da campanha eleitoral. O mandatário, principal partidário do "sim", estava impedido de pedir votos aos cidadãos colombianos.

Com isso, Santos terá capacidade maior de contrabalançar a ofensiva de seu padrinho político e atual adversário, o ex-presidente Álvaro Uribe, que é contrário ao acordo e o principal nome da campanha do "não".

O tribunal também ordenou que, ao publicar o acordo de paz, o presidente informe o Congresso sobre a intenção de realizar o plebiscito. Após o Parlamento aprovar a proposta, Santos convocará a votação em até 120 dias.

A um mês da consulta, o governo será obrigado a apresentar todos os detalhes do acordo à população, por anúncios nos meios de comunicação. Neste período, também começa a campanha de rádio e televisão.

A previsão é que o acordo seja assinado nas próximas semanas. Em junho, o governo e as Farc concordaram em encerrar o conflito armado, convocando um cessar-fogo bilateral e a entrega das armas da guerrilha.


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