Folha de S. Paulo


Erdogan diz que aceitará a opção do Parlamento sobre pena de morte

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta segunda (18) que caberá ao Parlamento turco decidir sobre a eventual volta da pena de morte ao país e que, se o Legislativo fizer essa opção, a medida será chancelada por ele, segundo a rede CNN.

"Claro que demandará uma decisão parlamentar para essa ação tomar a forma de uma medida contitucional, então os líderes terão que se reunir e discutir. E, se eles aceitarem discuti-la, como presidente, eu aprovarei qualquer decisão que saia do Parlamento", disse Erdogan em entrevista à CNN.

Reuters
Recep Tayyip Erdogan: quem é o presidente de pulso firme que divide a Turquia. Recep Tayyip Erdogan convocou o povo para as ruas após tentativa de golpe na Turquia
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan,convocou a população às ruas após tentativa de golpe

A Turquia não executa ninguém desde 1984, e a pena de morte foi formalmente abolida do país em 2004.

Após a tentativa de golpe na sexta-feira (15) e o expurgo de milhares de militares e juízes, no entanto, apoiadores de Erdogan e ele próprio voltaram a mencionar a possibilidade de reinstaurar a pena de morte.

Segundo a CNN, ao falar dos pedidos para aplicação da pena de morte contra os golpistas, Erdogan afirmou: "Por que eu deveria mantê-los e alimentá-los nas prisões, por anos a fio? É o que as pessoas dizem."

"Eles querem um fim rápido, porque as pessoas perderam parentes, vizinhos, crianças... eles estão sofrendo, então as pessoas estão muito sensíveis, e temos que agir de forma sensata e sensível", completou o líder turco.

Nesta segunda (18), no entanto, a chanceler Angela Merkel deixou claro, em uma conversa com Erdogan, que o restabelecimento da pena de morte no país é incompatível com o plano dos turcos de ingressar na União Europeia.

"Um país que tem pena de morte não pode ser um integrante da União Europeia, e a reintrodução da pena de morte na Turquia significaria o fim das negociações para seu acesso ao bloco", afirmou Steffen Seibert, porta-voz de Merkel.


Endereço da página:

Links no texto: