Folha de S. Paulo


Salário de R$ 35 mil a cabeleireiro de Hollande cria polêmica na França

A notícia de que o presidente francês, François Hollande, contrata desde 2012 um cabeleireiro por um salário mensal de € 9.895 (cerca de R$ 35,5 mil) criou polêmica nas redes sociais francesas. A informação foi publicada originalmente pelo semanário satírico "Le Canard Enchaîné", e logo se tornou tema de debate em todo o mundo.

A informação foi confirmada pela assessoria do governo, que argumentou que o orçamento operacional do palácio Eliseu teve um corte de 15% a 20% desde que Hollande assumiu no lugar de Nicolas Sarkozy.

"Todo mundo tem o cabelo cortado", defendeu o porta-voz do governo, Stephane Le Foll. "Este cabeleireiro teve que abandonar seu salão e está à disposição 24 horas por dia", completou.

Um deputado da ultradireitista Frente Nacional (FN) se referiu ao presidente socialista como "sua majestade" no Twitter, enquanto outros usuários publicavam montagens de perucas e penteados extravagantes sobre fotos do presidente para "ajudar o cabeleireiro a ganhar seu salário".

A hashtag #Coiffeurgate era trending topic no Twitter na França quarta-feira.

CONTRATO MILIONÁRIO

O contrato de trabalho de Olivier B., "cabeleireiro pessoal do chefe de Estado", foi assinado em 16 de maio de 2012 pela então diretora do gabinete do Eliseu, Sylvie Hubac, afirma o semanário.

François Mori/Reuters
Presidente francês, François Hollande, na comemoração de Dia da Bastilha, em Paris
Presidente francês, François Hollande, na comemoração de Dia da Bastilha, em Paris

O documento estipula que Olivier B. está contratado "pela duração do mandato presidencial em curso", prossegue o "Canard", segundo o qual este "contrato temporário de cinco anos representa uma remuneração bruta acumulada de € 593.700 (R$ 2,1 milhões)".

Os honorários vão acompanhados de uma "eventual 'concessão para habitação' e outras 'vantagens familiares'", acrescenta a publicação.

O semanário afirma que Olivier B. deve estar totalmente disponível e acompanhar o presidente durante a maioria de suas viagens.

O contrato do cabeleireiro também estipula que "deve guardar segredo absoluto sobre o trabalho realizado durante e após o fim de seu contrato".


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