Um dia após ter seus bens embargados, a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, teve também suas contas bancárias bloqueadas.
A decisão faz farte do processo que investiga a venda de dólares no mercado futuro a preços inferiores aos de mercado. Essas operações financeiras, realizadas pelo Banco Central no fim do mandato de Cristina, causaram um prejuízo de 53 bilhões de pesos (R$ 12 bilhões) aos cofres públicos.
Martín Zabala - 6 jul. 2016/Xinhua | ||
A ex-presidente Cristina Kirchner, após comparecer ao tribunal de Comodoro Py, em Buenos Aires |
A ex-mandatária ainda é investigada por lavagem de dinheiro e falsificação de documentos públicos. Há indícios de que empresas que venceram licitações em seu governo pagavam propina em forma de aluguel a uma imobiliária de Cristina ou de diárias de hotéis também da família Kirchner.
Nesta quinta (7), a ex-chefe de Estado acusou, pelas redes sociais, que a polícia federal a persegue e filma seus passos em Buenos Aires, onde está desde a noite do último sábado (2). No Twitter, ela colocou uma foto de uma câmara que foi instalada diante de seu prédio.
"Quero agradecer o governo nacional por sua preocupação com a segurança do bairro e pela minha, por seguir nossos movimentos pela cidade", escreveu irônica.
A ministra de Segurança, Patricia Bullrich, respondeu, também pela internet, que o equipamento faz parte das regras de segurança de Estado e que a operação é a mesma que foi montada para garantir a proteção do presidente americano, Barack Obama, quando esteve na Argentina, em março.
Desde que deixou a Presidência, em dezembro, Cristina mora na província de Santa Cruz, berço do kirchnerismo. Quando está na capital do país, milhares de apoiadores costumam a seguir.
Na primeira vez que viajou a Buenos Aires nos últimos sete meses, em abril, para depor à Justiça, militantes do La Cámpora (movimento kirchnerista comandado por seu filho, Máximo) fizeram o esquema de segurança. Eles impediram a aproximação de alguns jornalistas ao tribunal onde a ex-presidente se apresentava.
Desta vez, o governo do presidente Mauricio Macri se responsabilizou pela proteção afirmando ser necessário por se tratar de uma ex-chefe de Estado.