Folha de S. Paulo


Departamento de Justiça arquiva ação contra Hillary no caso dos e-mails

A secretária de Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch, arquivou nesta quarta-feira (6) o processo contra a virtual candidata democrata, Hillary Clinton, pelo uso de um e-mail privado quando ela era secretária de Estado.

A decisão é tomada um dia depois que o FBI (a polícia federal americana) recomendou não indiciar Hillary sobre o caso, que era um dos principais problemas da democrata na campanha à Casa Branca.

Nicholas Kamm - 5.jul.2016/AFP
A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton faz comício com o presidente Barack Obama
A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton faz comício com o presidente Barack Obama

Em comunicado, Lynch disse ter concordado com o diretor do FBI, James Comey, de que não havia motivo para indiciamento contra Hillary pelo mau uso de informação confidencial.

"Recebi e aceitei sua recomendação unânime de que a referida investigação de um ano deve ser fechada e que não serão imputados delitos contra qualquer um dos indivíduos acusados nesta investigação", disse.

A opinião de Lynch sobre o processo era esperada. Na sexta (1º), a secretária disse que aceitaria a recomendação que fosse feita pelos policiais. Ela, porém, não fez críticas a Hillary, assim como Comey o fez em seu relatório.

No texto, o diretor do FBI disse que a ex-secretária de Estado foi descuidada por usar apenas o e-mail privado para comunicações do governo, que deveriam ter sido feitas em sua conta profissional.

"Há provas para fundamentar a conclusão de que qualquer pessoa razoável na posição da secretária Clinton deveria saber que um sistema público não deveria ser lugar para conversar sobre assuntos delicados", disse.

REPUBLICANOS

Comey foi convidado para comentar sobre sua decisão nesta quinta (7) na Comissão de Observação e Reforma do Governo da Câmara, dominada pelos republicanos. Na semana que vem, será a vez de Lynch.

Os republicanos criticaram o fim da investigação por considerarem que Hillary colocou em risco a segurança nacional. Segundo o FBI, das mais de 60 mil mensagens trocadas, 110 tinham informações confidenciais do governo.

Por outro lado, o virtual candidato republicano, Donald Trump, usou um tom mais suave para criticar sua rival nesta quinta. Citando as conclusões do FBI, ele voltou a chamá-la de "uma mentirosa suja e esfarrapada".

Na noite de terça, ele havia acusado a adversária de subornar Loretta Lynch com a manutenção de seu cargo caso Hillary virasse presidente se ela a livrasse do processo dos e-mails.


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