Folha de S. Paulo


Democratas sentam em chão da Câmara para exigir votação

Um grupo de parlamentares do Partido Democrata sentou no chão da Câmara dos Deputados dos EUA nesta quarta-feira (22) para forçar a maioria republicana a aceitar a votação de uma medida para restringir o acesso a armas de fogo antes do recesso de uma semana que começa no próximo dia 4.

"Sem lei, sem recesso", entoaram em coro os deputados governistas, em mais um confronto com a oposição republicana sobre um tema que gera enorme polarização política nos EUA.

O debate sobre o controle de armas reaqueceu depois da morte de 49 pessoas em uma boate gay de Orlando no dia 12, o mais grave ataque a tiros da história recente do país. Na última sexta (17), quatro propostas para aumentar o acesso a armas de fogo foram vetadas em votação no Senado, acirrando a divisão.

"Nossa ação é pelos que não viram este dia, cujos dias foram levados em um instante, por armas de violência", disse a deputada democrata Steny Hoyer.

Diante do impasse, a maioria republicana declarou um recesso e determinou a suspensão da transmissão ao vivo pela TV. Mas os cerca de 30 deputados democratas se recusaram a deixar o plenário, mantendo o protesto.

"Ficaremos o tempo que for preciso", disse um deles, John Lewis. "O que esta casa fez [contra a violência]? Nada. Estamos cegos para uma crise. Onde está a nossa coragem? Quantos pais e mães precisam derramar lágrimas de luto?"

Na terça (21), um grupo de senadores dos dois partidos havia sinalizado uma saída para o impasse, com uma emenda que propõe o veto à venda de armas para suspeitos de terrorismo que estão proibidos de fazer viagens aéreas. Embora considerada modesta pelos defensores da restrições mais duras, se a emenda prosperar será uma das poucas aprovadas no Congresso nos últimos 20 anos.

"Essencialmente, nós acreditamos que se uma pessoa é perigosa demais para entrar num voo ela também é perigosa demais para comprar uma arma", disse a senadora republicana Susan Collins, uma das líderes da iniciativa.

A lista de suspeitos do governo tem cerca de 109 mil nomes, entre eles 2.700 cidadãos americanos.


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