Folha de S. Paulo


Egito condena ex-presidente a prisão perpétua e três jornalistas à morte

Khaled Desouki 7.mai.2016/AFP
Egypt's ousted Islamist president Mohamed Morsi, wearing a red uniform, gestures from behind the defendant's bars during his trial at the police academy in Cairo on May 7, 2016. An Egyptian court recommended death sentences for six codefendants of Mohamed Morsi but not for the ousted Islamist president in their trial on espionage charges. / AFP PHOTO / KHALED DESOUKI ORG XMIT: KLD1898
O ex-presidente Mohamed Mursi, mantido atrás das grades durante julgamento, no Cairo

A Justiça do Egito condenou neste sábado (18) o ex-presidente Mohamed Mursi a mais uma pena de prisão perpétua, por espionagem e vazamento de segredos de estado para o Catar.

Mursi já havia sido condenado em outros três casos, incluindo a pena de morte por uma fuga em massa de uma prisão durante os protestos de 2011 e prisão perpétua por espionagem e ligação com o Hamas.

O tribunal também aprovou a pena de morte para outros seis réus, entre eles três jornalistas que foram julgados sem estarem presentes. Dois deles, Alaa Omar Mohammed e Ibrahim Mohammed Hilal, trabalham na TV Al-Jazeera, sediada no Catar.

Os outros condenados são Asmaa al-Khateib, jornalista, Ahmed Afify, produtor de documentários, Mohammed Keilany, comissário de bordo da EgyptAir, e Ahmed Ismali, acadêmico.

A sentença dos seis réus já havia sido definida pela Justiça egípcia em maio, mas o veredito precisava ser aprovado pelo Grande Mufti, a autoridade máxima do país.

Outros dois réus que trabalhavam no escritório de Mursi foram sentenciados a prisão perpétua. Todos os réus ainda podem recorrer da decisão ao Tribunal Egípcio de Cassação, a mais alta corte civil do país.

IRMANDADE MUÇULMANA

Ligado ao grupo Irmandade Muçulmana, Mursi foi derrubado do poder pelo Exército em 2013 após ser alvo de protestos nas ruas. A Irmandade Muçulmana foi considerada ilegal pelo governo que assumiu e vários de seus líderes estão presos.

Membros da Irmandande estavam entre os líderes dos protestos no Egito em 2011, que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak e fizeram parte da chamada Primavera Árabe.

O Catar apoiou Mursi, que está preso com milhares de membros da Irmandade.


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