A Justiça do Egito condenou neste sábado (18) o ex-presidente Mohamed Mursi a mais uma pena de prisão perpétua, por espionagem e vazamento de segredos de estado para o Catar.
Mursi já havia sido condenado em outros três casos, incluindo a pena de morte por uma fuga em massa de uma prisão durante os protestos de 2011 e prisão perpétua por espionagem e ligação com o Hamas.
O tribunal também aprovou a pena de morte para outros seis réus, entre eles três jornalistas que foram julgados sem estarem presentes. Dois deles, Alaa Omar Mohammed e Ibrahim Mohammed Hilal, trabalham na TV Al-Jazeera, sediada no Catar.
Os outros condenados são Asmaa al-Khateib, jornalista, Ahmed Afify, produtor de documentários, Mohammed Keilany, comissário de bordo da EgyptAir, e Ahmed Ismali, acadêmico.
A sentença dos seis réus já havia sido definida pela Justiça egípcia em maio, mas o veredito precisava ser aprovado pelo Grande Mufti, a autoridade máxima do país.
Outros dois réus que trabalhavam no escritório de Mursi foram sentenciados a prisão perpétua. Todos os réus ainda podem recorrer da decisão ao Tribunal Egípcio de Cassação, a mais alta corte civil do país.
IRMANDADE MUÇULMANA
Ligado ao grupo Irmandade Muçulmana, Mursi foi derrubado do poder pelo Exército em 2013 após ser alvo de protestos nas ruas. A Irmandade Muçulmana foi considerada ilegal pelo governo que assumiu e vários de seus líderes estão presos.
Membros da Irmandande estavam entre os líderes dos protestos no Egito em 2011, que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak e fizeram parte da chamada Primavera Árabe.
O Catar apoiou Mursi, que está preso com milhares de membros da Irmandade.