Folha de S. Paulo


Cameron pede tolerância em visita a local onde deputada foi morta a tiros

Craig Brough/Reuters
O premiê britânico, David Cameron (centro) e o líder trabalhista, Jeremy Corbyn (à dir.) visitam o local do assassinato da deputada Jo Cox, no vilarejo de Birstall, no norte do Reino Unido
O premiê britânico, David Cameron (centro) e o líder trabalhista, Jeremy Corbyn (à dir.) visitam o local do assassinato da deputada Jo Cox, no vilarejo de Birstall, no norte do Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, visitou nesta sexta-feira (17) o local do assassinato da deputada Jo Cox, 41, morta a tiros em uma rua no vilarejo de Birstall nesta quinta (16).

Acompanhado de Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista —legenda de Cox e opositora do seu governo—, Cameron discursou para moradores do vilarejo próximo a Leeds, no norte do país.

"Duas crianças perderam a mãe, um marido perdeu uma mulher amorosa, e o Parlamento perdeu uma de suas políticas mais brilhantes e apaixonadas, alguém que sintetizou o fato de que política é sobre servir aos outros", afirmou Cameron, segundo quem Cox transmitia valores de tolerância e serviço à comunidade.

"Onde nós vemos ódio, onde nós vemos divisão, onde nós vemos intolerância, devemos afastar isso da nossa política, da nossa vida pública e da nossa comunidade."

O líder trabalhista, Corbyn, disse que a morte de sua correligionária foi um "ataque à democracia, foi um poço de ódio que a matou".

PARLAMENTO

O Parlamento britânico será reaberto na segunda-feira (20), segundo Corbyn, para que os parlamentares prestem tributo à deputada Jo Cox.

O Legislativo não se reúne desde esta quinta-feira, devido a campanha do plebiscito que irá definir a permanência do Reino Unido na União Europeia. A campanha, porém, foi suspensa depois da morte de Cox.

ATAQUE

Cox foi atacada a facadas e a tiros por volta das 13h desta quinta (9h em Brasília) no meio de uma rua em Birstall. Socorrida, ela morreu uma hora depois. Um homem de 77 anos também foi ferido.

Enquanto Cox era atendida no hospital, a polícia deteve um suspeito -um homem de 52 anos conhecido na região como Tommy Mair. Um vizinho disse ao jornal "The Guardian" que Mair é uma pessoa quieta, mas simpática.

Relatos iniciais diziam que, antes do ataque, o agressor teria gritado "Reino Unido primeiro!", lema da ultradireita britânica.

Apesar do grande número de testemunhas, a polícia diz que a investigação ainda está em estágio inicial e evita falar em motivos para o ataque.


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