Folha de S. Paulo


Voto pela saída do Reino Unido da UE aumenta vantagem em pesquisa

O voto pela saída do Reino Unido da União Europeia (a chamada "Brexit) aumentou a vantagem sobre a permanência e lidera, por sete pontos percentuais, pesquisa do instituto TNS divulgada nesta terça (14).

Segundo a pesquisa, 47% dos entrevistados votarão pela saída do país da UE no plebiscito do próximo dia 23, enquanto 40% escolherão a permanência —13% estavam indecisos ou não iriam votar. O TNS ouviu 2.497 pessoas.

Na semana passada, pesquisa do TNS apontava vantagem de apenas dois pontos percentuais em favor da saída —43% a 41%, com 16% de indecisos.

A nove dias do plebiscito, os partidários pela ruptura com a UE ganharam o apoio do jornal "The Sun", o mais lido do país.

Daniel Sorabji/AFP
Capa do jornal britânico
Capa do jornal britânico "The Sun" desta terça (14) defendendo a saída do Reino Unido da União Europeia; manchete brinca com as palavras "beleave" (acreditar) e "leave" (sair)

"Estamos a ponto de tomar a decisão mais importante de nossa vida política. The Sun convoca hoje todos a votar SAIR", afirma editorial do tabloide, que tem 4,5 milhões de leitores.

Afetado pela "expansão sem cessar do Estado federal alemão", o futuro do Reino Unido seria "ainda mais obscuro" dentro do bloco de 28 países, acrescenta o jornal, que considera o Brexit a oportunidade para "reafirmar" a soberania nacional, até agora dependente da "ditadura de Bruxelas".

"É nossa oportunidade para que a Grã-Bretanha seja ainda melhor, para recuperar nossa democracia, preservar os valores e a cultura dos quais somos tão orgulhosos", argumenta o "The Sun", que pertence ao magnata Rupert Murdoch, o primeiro grande jornal britânico de tiragem nacional a defender a "Brexit".

Para tentar contra-atacar a tendência, os defensores da UE pretendem organizar uma nova ofensiva com um grande evento na sede da Trade Union Congress (TUC), a grande confederação sindical do Reino Unido.

Vários líderes do Partido Trabalhista, entre eles seu presidente, Jeremy Corbyn, participarão do ato. Os trabalhistas defendem a permanência do país na UE, mesma posição adotada pelo primeiro-ministro David Cameron, que é do Partido Conservador —o partido defende a saída e está em "guerra civil".


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