O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, divulgou nesta quarta (18) uma dura resposta ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que o acusara de ser agente da CIA (agência de espionagem dos EUA).
Em carta aberta, Almagro chama Maduro de "traidor" e afirma que ele se tornará um "ditadorzinho", caso não permita a realização do referendo revogatório defendido pela oposição com o objetivo de abreviar seu mandato, que vai até até janeiro de 2019.
"Você tem um imperativo de decência pública de fazer o referendo revogatório em 2016, porque quando a política está polarizada a decisão deve voltar para o povo, é o que diz a Constituição", diz Almagro. "Negar a consulta ao povo, negar-lhe a possibilidade de decidir o transforma em mais um ditadorzinho, como tantos que o continente teve".
Na noite de terça (17), a maioria opositora que controla a Assembleia Nacional rejeitou o decreto de estado de exceção com que Maduro ampliou seus poderes. O presidente venezuelano reagiu afirmando que a Assembleia "desaparecerá", reforçando a expectativa da mídia venezuelana de que o Supremo planeja dissolver a mesa diretora do Parlamento por desacato ao Judiciário.
O presidente venezuelano, então, acusou Almagro de fazer parte de uma campanha internacional para desestabilizar seu país.
Almagro, que nas últimas semanas também fez fortes declarações contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, diz na carta que espera que não haja um golpe na Venezuela.
"Que ninguém cometa o desatino de um golpe de Estado, mas que você [Maduro] também não o faça."