Folha de S. Paulo


Caminhoneiros fecham estradas em ato antirreforma trabalhista na França

Caminhoneiros bloquearam estradas em toda a França nesta terça-feira (17), quando críticos da reforma trabalhista em discussão no país deram início a uma nova onda de greves e manifestações de rua.

Esta semana está sendo considerada pela mídia o "tudo ou nada" de um movimento de protesto que parecia ter perdido fôlego depois de semanas de confrontos às vezes violentos.

Nicolas Tucat/AFP
People gesture and shout slogans during a demonstration after the French government used the constitution's Article 49,3 to bypass parliament and force through a controversial labour reform bill, on May 17, 2016, in Bordeaux. French President Francois Hollande said on May 17 the battle against unemployment was not yet won as he vowed to stick with his controversial attempts to reform the labour market. The reforms have sparked two months of street protests and led to an unsuccessful attempt to bring down the government. / AFP PHOTO / NICOLAS TUCAT ORG XMIT: NT1363
Ato em Bordeaux contra decreto que colocou em andamento a reforma trabalhista na França

O presidente francês, François Hollande, se manteve firme, dizendo a uma rádio que a lei —que tornará as contratações e demissões mais simples e é um dos carros-chefes de seu governo— não será abandonada, e alertando que a polícia não irá tolerar a violência.

"Não cederei", disse o líder socialista, cujo índice de popularidade está no fundo do poço a um ano da eleição presidencial, à rádio Europe 1.

Os caminhoneiros conseguiram frear ou bloquear o tráfego em pontos estratégicos no norte e no oeste do país, principalmente na região de Bordeaux, onde desviaram entregas a um grande centro de distribuição de um supermercado e a um depósito de combustível.

Passeatas em Paris e outras cidades francesas também estavam marcadas para esta terça (17). Ferroviários devem se unir aos protestos e fazer paralisações que provavelmente causarão transtornos para os usuários até sexta (20).

Hollande disse que mais de mil pessoas foram presas nos enfrentamentos com a polícia nos últimos meses e que mais de 300 policiais e vários manifestantes ficaram feridos nos confrontos, dos quais algumas pessoas, incluindo estrangeiros, participaram só para brigar.

"As pessoas têm direito de protestar, mas a desordem é um delito que será punido", afirmou.

O sindicato trabalhista CGT, considerado linha-dura, conclamou greves em esquema de rodízio a funcionários de ferrovias, portos e aeroportos, além de dois dias de protestos de rua, na terça (17) e na quinta-feira (19).


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