Folha de S. Paulo


Em entrevista transmitida via web, Obama defende nomeação ao Supremo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu sua indicação do juiz Merrick Garland para a Suprema Corte do país. O caso se tornou polêmico depois que a oposição se negou a dar procedimento ao processo para aceitar ou não Garland.

Em entrevista concedida ao site BuzzFeed e transmitida ao vivo pelo Facebook e pelo Youtube, Obama falou sobre as disputas jurídicas que marcam o fim do seu governo e defendeu que a população precisa pressionar o Congresso para que Garland seja aceito no Supremo dos Estados Unidos.

Saol Loeb/AFP
O presidente dos EUA, Barack Obama, e o juiz nomeado por ele à Suprema Corte Merrick Garland
O presidente dos EUA, Barack Obama, e o juiz nomeado por ele à Suprema Corte Merrick Garland

"A Suprema Corte é o último juiz, o último árbitro sobre a lei, e determina o que o governo pode ou não pode fazer", disse o presidente. "Não há parte das nossas vidas que não seja tocada pelas regras que a Corte decide", completou. Obama ressaltou que, historicamente, uma vaga aberta na Suprema Corte é preenchida rapidamente, apesar das controvérsias políticas.

Obama disse que tenta nomear as pessoas com base em sua qualificação profissional, e que Garland preenche todos os requisitos para assumir o cargo, mas que os republicanos não querem aceitá-lo por conta do momento político vividos nos Estados Unidos.

A nomeação de Garland após a morte de Antonin Scalia, em fevereiro, desencadeou uma série de disputas políticas. A disputa em torno da vaga tem o potencial de virar um confronto que ajudará a definir o vencedor da corrida pela Casa Branca, o controle do Senado e o equilíbrio ideológico da Suprema Corte. Trata-se de um caso raro: uma briga em Washington que afeta os três Poderes do governo, com a perspectiva de prejudicar cada um deles.

Questionado a respeito da sua preocupação com a diversidade nas suas indicações para a Suprema Corte, o presidente disse que pensa apenas na questão da qualificação, e não por uma questão de gênero ou raça. Ele argumentou que se preocupou em indicar minorias, mas nunca baseado apenas em questão de gênero ou raça.

Obama evitou comentar as disputas jurídicas com estados a respeito da legislação relacionada a banheiros para transgêneros em escolas. Segundo ele, entretanto, é importante ter um posicionamento que proteja ofereça dignidade aos jovens. "Nossa obrigação como sociedade é garantir que todas as pessoas sejam tratadas de forma justa", disse.

Segundo o presidente, as ações de Estados contra seu governo são parte da democracia, e sempre aconteceram no país. Ele ressaltou que é por isso que a Suprema Corte é tão importante no país, para decidir a respeito de questões complicadas que acontecem no país.

"Quando nomeamos juizes, tentamos minimizar a politica para que os mais qualificados assumam o cargo."


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