Três ataques a bomba deixaram ao menos 93 mortos e 165 feridos nesta quarta (11) na capital do Iraque, Bagdá. A facção terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria das três explosões.
Nos últimos meses, a milícia vem perdendo parte do território conquistado em 2014 no Iraque e na Síria e, para recuperá-lo, promove ações espetaculosas. A carnificina desta quarta mostra que sua capacidade de agir em todo o país permanece.
No mais mortífero dos ataques, uma caminhonete carregada de explosivos deixou pelo menos 63 mortos e 85 feridos ao ser detonada perto de um salão de beleza no bairro xiita de Cidade Sadr.
Muitas vítimas eram noivas que se preparavam para casar. Perucas, sapatos e brinquedos ficaram espalhados pela área, e ao menos dois carros foram destruídos.
Em comunicado difundido por simpatizantes, o EI, mais alinhado aos sunitas, afirmou que visava militantes xiitas (sunitas e xiitas são vertentes do islã com interpretações divergentes da sucessão do profeta Maomé e, em alguns países, rivais políticos).
Pouco depois, outro carro-bomba explodiu perto de uma delegacia em Kadhimiyah, noroeste de Bagdá, matando 18 e ferindo 34. No norte da capital, o terceiro carro-bomba deixou 12 mortos e 46 feridos em Jamiya.
Alvo de explosões diárias entre 2003 e 2011, período da guerra com os EUA, Bagdá viu sua segurança melhorar nos últimos anos, mas a violência contra forças de segurança e civis xiitas persiste.
Os ataques devem intensificar a pressão popular sobre o premiê Haider al-Abadi, xiita, que enfrenta uma crise política. Entre os deputados iraquianos, muitos dizem que o impasse político tira atenção das ações de combate ao EI.
Segundo dados da ONU, ao menos 741 iraquianos foram mortos em abril devido à violência, 410 deles, civis. Em março, as mortes violentas no Iraque superaram 1.100.