Folha de S. Paulo


Apesar de vitória em Londres, Partido Trabalhista encolhe no Reino Unido

O resultado das eleições locais na Inglaterra, no País de Gales e na Escócia promoveu uma redistribuição de forças políticas no Reino Unido.

Ao mesmo tempo que aumentou a força do SNP (Partido Nacional Escocês) e abriu espaço para os extremistas de direita Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido) em Gales, deixou desapontados muitos membros do Partido Trabalhista, em especial na Escócia.

Apesar da vitória de Sadiq Khan na Prefeitura de Londres, o desempenho ruim dos trabalhistas escancarou a insatisfação com o atual líder Jeremy Corbyn, que assumiu o comando da legenda há oito meses e não obteve resultados tão expressivos quanto se esperava.

Khan, inclusive, fez questão de se afastar de Corbyn durante a campanha, por discordar da forma como o líder do partido lidou com declarações antissemitas de colegas trabalhistas.

O triunfo em Londres não chegou a ser uma surpresa, uma vez que Khan estava liderando as pesquisas de intenção de votos e, nas eleições gerais no ano passado, os trabalhistas já haviam ampliado o número de representantes da capital inglesa no Parlamento britânico.

Contudo, assim como aconteceu em 2015, a legenda não registrou resultados tão animadores no resto do Reino Unido.

No Parlamento escocês, por exemplo, os trabalhistas perderam 12 das 15 cadeiras que tinham conquistado em 2011, em especial para o SNP (Partido Nacional Escocês), de acordo com números da rede BBC.

O Partido Trabalhista acabou perdendo para os conservadores, assim, a condição de segunda maior bancada.

Defensor da independência da Escócia, o SNP, por sua vez, celebrou o que chamou de "vitória histórica", mas ficou a dois votos da maioria absoluta naquele país.

Em Gales, os trabalhistas asseguraram maioria, mas viram os extremistas de direita do Ukip, que não tinham nenhum representante, conquistarem sete assentos.

SOBREVIDA

Ainda assim, Jeremy Corbyn ganha uma sobrevida no comando da legenda por ter evitado uma derrocada ainda maior que a das eleições do ano passado.

Em 2015, o Partido Trabalhista não apenas encolheu como viu o maior adversário, o Partido Conservador, ficar com 331 das 650 cadeiras do Parlamento britânico.

Nesta sexta-feira (6), o primeiro-ministro conservador, David Cameron, atacou os adversários, dizendo que o Partido Trabalhista "perdeu completamente o contato com as pessoas que trabalham duro e que deveriam representar".

Corbyn, contudo, tentou minimizar as críticas internas e dos adversários.

Ele afirmou que o partido contrariou as previsões de que perderia muitos assentos nas assembleias e conselhos locais. "Nós insistimos e conquistamos apoio em vários lugares", afirmou, na tarde desta sexta-feira (6).


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