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Ataques aéreos matam 28 em campo de desalojados internos na Síria

Reprodução/Twitter/Orient News English
Barracas soltam fumaça por chamas causadas por ataques aéreos em campo de desalojados na Síria
Barracas soltam fumaça por chamas causadas por ataques aéreos em campo de desalojados na Síria

Ataques aéreos deixaram ao menos 28 mortos, incluindo mulheres e crianças, em um campo de deslocados internos na província síria de Idlib, perto da fronteira com a Turquia, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos nesta quinta (5).

Como há muitos feridos em estado grave, o número de mortos deve aumentar no campo, que abriga entre 1.500 e 2.000 pessoas e se localiza em território rebelde perto da cidade de Sarmada, afirmou o grupo ativista. Segundo ele, os feridos foram transferidos para tratamento na Turquia.

A Defesa Civil Síria —socorristas que atuam no território sob controle da oposição onde a infraestrutura médica quase entrou em colapso— disse que os ataques deixaram mais de 30 mortos.

"Houve dois ataques aéreos que atingiram diretamente esse campo improvisado que abriga deslocados dos confrontos no sul de Aleppo e em Palmira. Muitas barracas foram incendiadas", disse Abu Ibrahim al-Sarmadi, um ativista da cidade vizinha de Atmeh que mantém contato com pessoas que estão perto do local afetado.

Sarmada fica a cerca de 30 quilômetros a oeste de Aleppo, onde um acordo entre Rússia e EUA para o fim das hostilidades trouxe algum alívio nesta quinta depois de duas semanas de mortes e destruição. Mas confrontos continuaram nos arredores, e o ditador Bashar al-Assad reiterou que ainda busca vencer totalmente os rebeldes.

Imagens compartilhadas por redes sociais mostraram barracas carbonizadas e equipes de resgate tentando extinguir as chamas.

Nidal Abdul Qader, um trabalhador humanitário da oposição que vive a cerca de 1 quilômetro do campo, relatou que cerca de 50 barracas e uma escola pegaram fogo.

A Casa Branca descreveu as vítimas como civis inocentes que fugiram de suas casas para escapar da violência. "Esses indivíduos estão na situação mais desesperadora imaginável, e não há justificativas para que sejam alvo de uma ação militar", disse o porta-voz Josh Earnest.

Também nesta quinta, uma dupla explosão deixou ao menos dez mortos na província de Homs, na região central da Síria. Desde o início do conflito, em 2011, 270 morreram no país árabe.


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