Folha de S. Paulo


Justiça investiga ligação de Macri com offshores em "Panama Papers"

A Justiça argentina pediu a colaboração do Panamá e das Bahamas para saber qual a real ligação entre o presidente Mauricio Macri e as empresas offshores Fleg Trading Ltd. e Kagemusha SA.

No início de abril, a investigação internacional "Panama Papers", sobre documentos vazados de um escritório panamenho de advocacia que intermediou a abertura de empresas offshores para estrangeiros, incluiu o nome do mandatário entre os de diretores das companhias, constituídas nos dois paraísos fiscais.

Martin Zabala - 8.abr.2016/Xinhua
(160408) -- BUENOS AIRES, April 8, 2016 (Xinhua) -- Argentina's President Mauricio Macri announces the delivery to the Congress of a Public Information Access Bill, at the Pink House in the city of Buenos Aires, capital of Argentina, on April 7, 2016. (Xinhua/Martin Zabala) (rtg)
Mauricio Macri discursa na Casa Rosada

Nesta terça-feira (3), Macri afirmou ser muito bom que o juiz federal Sebastián Casanello solicite informações adicionais a outros países.

"Ele tem que fazer todas as requisições que considera necessárias para confirmar se o que eu digo é verdade ou não. Isso é atuar em um país onde a Justiça trabalha de forma independente."

Segundo o documento enviado a Bahamas e Panamá, a Justiça da Argentina procura saber se o presidente omitiu as empresas de propósito de suas declarações de bens, se elas cometeram alguma infração penal e se, nesse caso, Macri teve alguma participação nos atos.

Poucos dias após a divulgação do suposto envolvimento do dirigente com offshores, advogados de Macri pediram à Justiça uma "declaração de certeza" —documento que juízes podem emitir após checarem a veracidade de informações.

O presidente afirma que nunca declarou as empresas entre seus bens por não ter ativos da sociedade nem haver recebido pagamento delas. Segundo a Casa Rosada, Macri foi designado "ocasionalmente" diretor das offshores por elas serem de propriedade de sua família.


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