Folha de S. Paulo


ONU pede proteção a hospitais após novo bombardeio matar 19 na Síria

O Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade nesta terça-feira (3) uma resolução que reafirma que as instalações médicas em zonas de guerra devem ser protegidas dos conflitos.

O texto foi votado no mesmo dia em que um novo ataque deixou pelo menos 19 mortos em um hospital de Aleppo, na Síria. A resolução trata ainda de bombardeios recentes que também atingiram hospitais no Iêmen e no Afeganistão.

George Ourfalian/AFP
Equipes de resgate avaliam local de atentado em hospital de Aleppo, na Síria
Equipes de resgate avaliam local de atentado em hospital de Aleppo, na Síria

NOVO ATAQUE

Foguetes disparados por insurgentes atingiram um hospital de uma área da cidade síria de Aleppo controlada pelo governo nesta terça (3), deixando ao menos 19 mortos, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Segundo a entidade, três crianças estão entre os mortos no ataque ao hospital Al-Dabit. O grupo afirmou que outras 80 pessoas ficaram feridas e que o número de mortos provavelmente vai aumentar.

George Ourfalian/AFP
Ataque a hospital de Aleppo, na Síria, deixou rastro de destruição nas ruas
Ataque a hospital de Aleppo, na Síria, deixou rastro de destruição nas ruas

O Exército da Síria disse em um comunicado que o ataque foi parte de uma ofensiva abrangente de grupos insurgentes presentes em Aleppo, e que está reagindo "às fontes dos disparos".

O texto divulgado pelo comando do Exército disse que o ataque aconteceu "no momento em que estão sendo feitos esforços internacionais e locais para fortalecer a (cessação das hostilidades) e implementar... a calma em Aleppo".

O Observatório afirmou que o hospital ficou seriamente danificado.

Em partes de Aleppo sob domínio dos rebeldes, o grupo de monitoramento sediado em Londres disse ter havido três ataques aéreos, citando informações sobre um número não confirmado de mortos.

A violência em Aleppo deixou mais de 200 civis mortos na última semana e provavelmente continuará pelo fato de um cessar-fogo unilateral do governo não incluir a maior cidade do país árabe.

A carnificina em Aleppo -que está sob disputa desde 2012, quando opositores tomaram o controle de vários distritos- piorou na quarta (27) e na quinta (28), quando ataques aéreos e de artilharia deixaram mais de 80 mortos, incluindo dezenas em um hospital.

Nesta terça (3), a ONG Médicos Sem Fronteiras, que oferecia apoio ao hospital Al-Quds em conjunto com outras organizações internacionais, informou que número de mortos no bombardeio ao local chegou a 55 (incluindo equipes médicas e pacientes), depois que mais corpos foram encontrados sob os escombros.


Endereço da página:

Links no texto: