Folha de S. Paulo


Após mortes em festa de música eletrônica, Buenos Aires veta baladas

Duas semanas após cinco pessoas morrerem por ingestão de drogas em uma festa de música eletrônica em Buenos Aires, todas as baladas da cidade foram proibidas.

Uma decisão judicial publicada nesta sexta-feira (29) não permite a realização de qualquer "atividade comercial de dança com música ao vivo ou gravada".

Juan Mabromata/AFP
Policial entra em casa de festas de Buenos Aires onde ocorreu a festa em que cinco pessoas morreram
Policial entra em casa de festas de Buenos Aires onde ocorreu a festa em que cinco pessoas morreram

A associação que reúne os donos de casas noturnas já informou que não respeitará a ordem, considerada pela entidade inconstitucional.

A decisão afirma que existe na capital argentina um "quadro de impunidade e inexistência de controle estatal em relação às atividades noturnas" e que, "depois de mais de dez dias [da festa em que morreram os jovens], o governo não adotou nenhuma medida que contribua de forma concreta para prevenir ou evitar que fatos como o ocorrido se repitam".

Na última segunda-feira (25), a Prefeitura havia anunciado que não daria mais permissão para a realização de festas de música eletrônica até que fosse aprovada uma lei que obriga os organizadores dos eventos a adotarem medidas de prevenção. Entre as ações previstas no projeto de lei está a distribuição de folhetos sobre o uso abusivo de drogas.

Hugo Villalobos/AFP
Casa de festas de Buenos Aires onde ocorreu a festa em que cinco pessoas morreram
Casa de festas de Buenos Aires onde ocorreu a festa em que cinco pessoas morreram

O juiz Roberto Gallardo, conhecido por tomar várias decisões contra os interesses do presidente Mauricio Macri desde que esse era prefeito de Buenos Aires, escreveu na ação que é "difícil compreender a atitude do prefeito [Horacio Rodríguez Larreta, do mesmo partido de Macri], que se limita a verbalizar que não autorizará festas eletrônicas futuras, mas não recorre a nenhum ato administrativo específico".

Além dos cinco mortos, outras cinco pessoas foram internadas em estado grave após a rave do dia 16 de abril. Um deles teve alta nesta semana e os outros quatro permanecem em unidades de tratamento intensivo.


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