Folha de S. Paulo


Com ataque a mesquita, Aleppo tem mais de 200 mortos em uma semana

Após uma breve pausa na madrugada nas hostilidades em Aleppo, rebeldes atacaram com foguetes o distrito sob controle do governo de Bab al-Faraj, atingindo a mesquita de Malla Khan e deixando ao menos 15 mortos e 30 feridos após as preces desta sexta (29).

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos e com o Comitê de Coordenação Local, ataques aéreos do regime de Bashar al-Assad deixaram ao menos dez mortos em áreas controladas por rebeldes na cidade, que fica no norte da Síria.

Segundo o Observatório e o Comitê, um ataque perto de uma clínica em Marjeh, reduto rebelde, não deixou vítimas pelo fato de o local estar vazio.

A violência em Aleppo deixou mais de 200 civis mortos na última semana e provavelmente continuará pelo fato de um cessar-fogo unilateral do governo não incluir a maior cidade do país árabe.

A carnificina em Aleppo —que está sob disputa desde 2012, quando opositores tomaram o controle de vários distritos— foi particularmente ruim na quarta (27) e na quinta (28), quando ataques aéreos e de artilharia deixaram mais de 80 mortos, incluindo dezenas em um hospital.

Nesta sexta, o Médico Sem Fronteiras, que oferecia apoio ao hospital em conjunto com outras organizações internacionais, informou que número de mortos no bombardeio passou de 50, incluindo equipes médicas e pacientes.

REGIME DE SILÊNCIO

A violência em Aleppo continuou no mesmo dia em que o Exército sírio anunciou um "regime de silêncio" para "assegurar a interrupção das hostilidades".

As medidas, que não foram detalhadas, vigorarão por 24 horas na capital Damasco e arredores e por 72 horas na província de Latakia a partir da 1h de sábado (30) (19h desta sexta em Brasília).

A última tentativa de cessar-fogo entre rebeldes e governo, em 27 de fevereiro, não teve sucesso e foi marcada por sucessivas violações.

Nos últimos setes dias, incursões aéreas em zonas controladas por rebeldes em Aleppo mataram 123 civis, incluindo 18 crianças, segundo o Observatório.

No mesmo período, bombardeios de rebeldes em zonas da cidade comandadas pelo governo mataram 71 civis, incluindo 13 crianças.


Endereço da página:

Links no texto: