Folha de S. Paulo


Ex-prefeito de Londres é suspenso de partido por declarações antissemitas

O Partido Trabalhista britânico, principal força de oposição ao governo de David Cameron, anunciou nesta quinta-feira (28) a suspensão do ex-prefeito de Londres Ken Livingstone por dizer que Hitler apoiou o sionismo. Ele é o segundo militante suspenso em 24 horas por palavras consideradas antissemitas.

Em entrevista à rádio BBC, Livingstone afirmou que, "Hitler apoiou o sionismo antes de enlouquecer e matar seis milhões de judeus." O político estava defendendo a deputada trabalhista Naz Shah, que foi suspensa na quarta (27) por ter compartilhado, em 2014, no Facebook, um gráfico que mostrava o contorno de Israel sobreposto a um mapa dos EUA com o título "Solução para o conflito Israel-Palestina: transferir Israel para os EUA".

Em comunicado, o Partido Trabalhista afirmou que o ex-prefeito estava suspenso "enquanto aguarda investigação por ter levado o partido à infâmia". Grupos judeus e alguns trabalhistas acusaram o líder do partido, Jeremy Corbyn, de não ter reprimido o antissemitismo na agremiação. Corbyn é parte da ala trabalhista mais à esquerda, que apoiou a campanha pelo estabelecimento de um Estado palestino.

Livingstone, prefeito de Londres de 2000 a 2008, é aliado próximo a Corbyn e se defendeu dizendo que críticas à Israel não consistem em alegações antissemitas.

Jonathan Arkush, presidente da Associação de Deputados dos Judeus Britânicos (principal corpo representativo dos judeus no país), disse que os comentários do ex-prefeito "foram repugnantes e além do que é considerado vergonhoso". Ele pediu que Livingstone fosse expulso do partido.

As declarações levaram um deputado trabalhista a insultar Livingstone na rua. O deputado John Mann abordou o ex-prefeito e o chamou de "racista repugnante" e "apologista nazista".


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