Folha de S. Paulo


Congresso do Partido Comunista de Cuba debate abertura econômica

As discussões sobre os efeitos da abertura econômica em Cuba, aprovadas pelo regime de Raúl Castro em 2011, marcaram os debates das quatro comissões neste domingo (17) no Congresso do Partido Comunista, em Havana.

Introduzida na edição anterior da cúpula, a permissão para cooperativas e empreendedores individuais foi questionada pelos participantes devido a altas dos preços dos produtos e o "excesso de lucro".

Ismael Francisco/Cubadebate/AFP
Handout picture of Cuban official website www.cubadebate.cu, showing President Raul Castro giving a speech during the opening of VII Congress of Cuban Communist Party (PCC) at Convention Palace in Havana, on April 16, 2016. President Raul Castro vowed Saturday never to pursue
Raúl Castro discursa na abertura do Sétimo Congresso do Partido Comunista em Cuba

Na véspera, ao abrir a sétima edição do fórum quinquenal, Raúl discursou sobre modificar a Constituição do país e trazer mais investimento estrangeiro à ilha.

Os delegados da comissão sobre o modelo econômico e social modificaram uma das diretrizes para incluir a proibição da concentração de propriedade no setor não estatal e a regulação do regime em relação à concentração de riqueza dos empreendedores.

No entanto, não foram definidos os mecanismos de como isso seria feito. O grupo ficou dividido entre aumentar os impostos dos autônomos e das cooperativas ou controlar, por meio de lei, o máximo de lucro a ser auferido nos negócios.

Outra questão criticada foi a venda ilegal da produção de camponeses dedicados a empresas estatais aos vendedores de atacado particulares, que estariam pagando melhores preços aos agricultores.

Na comissão sobre objetivos do partido, foram reiterados os princípios do regime socialista e do papel estatal, tornando a administração mais eficiente para a população cubana.

O trabalho das comissões continua na manhã desta segunda-feira (18). Durante a tarde, será conhecida a lista de 115 membros do Comitê Central e 14 integrantes do Birô Político. Os candidatos, indicados pelo regime, deverão ser aprovados por aclamação em plenário.

Será neste momento que deverão ser referendados os candidatos à sucessão de Raúl Castro, 84, que prometeu deixar o comando do país oficialmente em 2018


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