Folha de S. Paulo


FBI pagou a hackers profissionais para acessar iPhone de terrorista, diz jornal

Após intensa batalha judicial contra a Apple, o FBI acabou recorrendo a hackers profissionais para driblar o sistema de segurança do iPhone usado por um terrorista, informou o "Washington Post".

De acordo com o jornal americano, os hackers identificaram uma falha até então desconhecida do software do telefone (no caso, o iOS 9 do iPhone 5C).

Com essa informação em mãos, foi criada uma peça de hardware que ajudou o FBI (polícia federal americana) a burlar a senha de quatro dígitos do telefone sem disparar uma ferramenta que apagaria toda a informação armazenada no aparelho após sucessivas tentativas fracassadas, publicou o jornal, nesta quarta-feira (13), citando fontes não identificadas.

Os hackers receberam um pagamento único pelo serviço, continua o jornal.

AFP / Mark Ralston
rotesters demonstrate outside an Apple Store as they object to the US Government's attempt to put a backdoor to hack into the Apple iPhone, in Los Angeles, California on February 23, 2016. Apple is battling the US government over unlocking devices in at least 10 cases in addition to its high-profile dispute involving the iPhone of one of the San Bernardino attackers, court documents show. / AFP / Mark Ralston
Caso gerou polêmica sobre limites das investigações frente às liberdades individuais nos EUA

Por semanas, por meio da Justiça e pressões junto à opinião pública, o governo americano tentou convencer a Apple a criar um software para que fosse possível driblar a senha de segurança do telefone sem apagar os dados.

O telefone em questão é um iPhone 5C usado pelo terrorista Syed Rizwan Farook, responsável, ao lado da mulher Tashfeen Malik, pela morte de 14 pessoas em um ataque em San Bernardino (Califórnia), em dezembro.

A Apple se recusou a forçar o acesso ao telefone, afirmando que o novo software seria um grave risco à privacidade do usuário. Várias lideranças do mercado de tecnologia apoiaram a posição da empresa.

No final do mês passado, no entanto, o governo americano disse que não precisava mais da ajuda da Apple, pois tinha conseguido acessar o telefone por conta própria.

O "Washington Post" afirma que pelo menos uma das pessoas envolvidas em quebrar o esquema de segurança do telefone pertence a uma categoriza cinzenta de hackers: aqueles que identificam falhas e vendem essa informação, por exemplo, a governos ou empresas do ramo de monitoramento.

Enquanto o FBI tentava desviar dos sistemas de proteção do iPhone, a Apple já trabalhava para criar um novo aparelho resistente a esse tipo de drible.


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