Após quase três semanas de intensa busca, promotores da Bélgica anunciaram neste sábado (9) ter identificado o "homem do chapéu", apontado como participante do atentado no aeroporto de Bruxelas em 22 de março.
O suspeito aparece ao lado dos dois terroristas suicidas em imagens de câmeras de segurança do terminal.
As explosões, coordenadas com a ação de um homem-bomba em um vagão de metrô, deixaram ao menos 32 mortos e mais de 270 feridos.
Divulgação/Police Fédérale Belge | ||
Imagens de Abrini captadas pela câmera do posto de gasolina em Ressons, no norte da França |
Em nota, o Ministério Público Federal da Bélgica disse que Mohamed Abrini, detido na última sexta (8), confessou ser o homem no vídeo. "Nós o confrontamos com evidências e imagens em vídeo. Ele teve que admitir que era ele", disse o porta-voz da Promotoria.
Abrini era alvo de ordem de prisão desde 24 de novembro. Ele era o segundo homem mais procurado após os atentados de 13 de novembro que mataram 130 em Paris.
Os investigadores suspeitam que Abrini tenha viajado de carro de Bruxelas a Paris duas vezes, em 10 e 11 de novembro, com Salah Abdeslam, sobrevivente dos grupos que atacaram a capital francesa, e seu irmão Brahim, um dos homens-bomba de Paris.
Abrini foi flagrado pela câmera de um posto de gasolina no norte da França durante o percurso de carro. Segundo a Procuradoria belga, Abdeslam, Abrini e Brahim alugaram os esconderijos usados pelos terroristas.
A revelação de que um suspeito de envolvimento nos atentados em Paris escoltou os homens-bomba no aeroporto de Bruxelas é mais um indício de que os criminosos dos dois casos estão ligados.
Em 25 de março, um dos homens-bomba que explodiu no aeroporto belga, Najim Laachraoui, foi citado pela polícia como responsável por confeccionar os coletes com explosivos usados em Paris.
Além de Abrini, a Justiça belga acusou outros três homens neste sábado dos atentados no aeroporto e na estação de metrô de Maelbeek.
Segundo as autoridades, o chapéu que Abrini usava e que lhe rendeu a alcunha foi vendido depois da ação.
Como Abdeslam, detido desde 18 de março em Bruges à espera da extradição para a França, Abrini cresceu no subúrbio de Molenbeek, em Bruxelas, que concentra a comunidade islâmica local e também jovens radicalizados.