Folha de S. Paulo


Advogado de Fayçal Cheffou diz que seu cliente é inocente e contra o EI

O advogado de Fayçal Cheffou, o jornalista independente detido sob suspeita de participação nos ataques do aeroporto de Bruxelas e depois libertado, afirmou nesta terça-feira (29) que seu cliente é inocente, é contra a facção terrorista Estado Islâmico e não tem nenhum vínculo com os homens-bomba que se explodiram no terminal de Zaventem, há exatamente uma semana.

"Ele estava com um casal de amigos no carro quando foi detido em frente ao prédio da Procuradoria", afirmou Olivier Martins, sobre a circunstância em que Cheffou foi preso na última quinta-feira (24).

Fotomontagem
Montagem com Faycal Cheffou, identificado como suspeito pela imprensa local, mas já liberado
Montagem com Faycal Cheffou, identificado como suspeito pela imprensa local, mas já liberado

Na sexta-feira (25), a polícia dissera à imprensa belga haver "forte possibilidade" de que o homem de jaqueta creme e chapéu escuro ao lado dos homens-bomba Najim Laachraoui, 24, e Ibrahim el-Bakraoui fosse um dos detidos em uma operação no dia anterior. As autoridades o identificaram como Fayçal C., e a mídia local afirmou que o "homem do chapéu" se tratava de Cheffou.

Ele chegou a ser indiciado no sábado (26), sob acusação de assassinatos e tentativas de assassinato em ato terrorista. De acordo com o jornal belga "Le Soir", o taxista que levou o trio de um apartamento no bairro de Schaerbeek até o aeroporto na terça-feira (22) teria reconhecido Fayçal Cheffou como o terceiro homem envolvido no ataque, após a polícia lhe mostrar retratos do suspeito.

No entanto, nesta segunda (28), a polícia liberou Cheffou. Em comunicado, a Procuradoria informou que "as pistas que levaram à detenção de Fayçal C. não foram sustentadas pela evolução do atual inquérito". Policiais foram ao apartamento dele, próximo da estação de metrô de Maelbeek – o outro alvo dos atentados –, mas não encontraram armas nem explosivos.

Segundo Martins, o juiz que libertou Cheffou lhe disse que as acusações contra seu cliente seriam retiradas, mas isso ainda não foi confirmado pela Procuradoria. Para o advogado, o reconhecimento do taxista foi o que determinou o que chamou de "erro judiciário".

Ele afirma ainda que Cheffou tem um álibi, pois teria dito em um telefonema que estava em casa no momento em que ocorriam as explosões em Zaventem. Martins pediu à Justiça que recupere os registros de chamadas do telefone de Cheffou no dia dos atentados.

AEROPORTO

Uma semana após os ataques, o aeroporto de Zaventem não tem uma data prevista para ser reaberto, ainda que provisoriamente. Ao longo dos últimos dias, o prazo de reabertura foi sendo adiado, e agora as autoridades preferem não trabalhar com um dia específico.

Nesta terça (29), a operadora que administra o terminal fará um teste com centenas de pessoas em que avaliará a capacidade das estruturas temporárias montadas para a retomada do serviço, incluindo as condições de segurança.


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