Folha de S. Paulo


Após liberar suspeito, polícia belga divulga vídeo do 'homem de chapéu'

Polícia belga divulga vídeo com foragido pelos ataques no aeroporto de Zaventem

A polícia da Bélgica voltou à estaca zero para descobrir quem é o "homem do chapéu", citado como um dos envolvidos nas explosões do aeroporto de Bruxelas e visto ao lado dos dois terroristas suicidas que morreram na ação.

Nesta segunda (28), as autoridades libertaram um suspeito que poderia ser esse homem e divulgaram um vídeo do circuito interno do terminal para pedir pistas sobre sua identidade. Ele teria fugido do local antes de as duas bombas explodirem.

AFP
A picture released on March 22, 2016 by the belgian federal police on demand of the Federal prosecutor shows a screengrab of the airport CCTV camera showing three suspects of this morning's attacks at Brussels Airport, in Zaventem. Two explosions in the departure hall of Brussels Airport this morning took the lives of 14 people, 81 got injured. Government sources speak of a terrorist attack. The terrorist threat level has been heightened to four across the country. / AFP PHOTO / BELGIAN FEDERAL POLICE / - / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT
Imagem dos três suspeitos de envolvimento nos ataques ao aeroporto, na terça-feira (22)

Na sexta (25), a polícia dissera à imprensa local haver "forte possibilidade" de que o homem de jaqueta creme e chapéu escuro ao lado dos homens-bomba Najim Laachraoui, 24, e Ibrahim el-Bakraoui fosse um dos detidos em uma operação na véspera. Autoridades o identificaram como Fayçal C., e a mídia local disse que se tratava de Fayçal Cheffou, um jornalista independente.

Fayçal C. chegou a ser indiciado no sábado, sob acusação de assassinato e tentativas de assassinato em ato terrorista. Segundo o jornal belga "Le Soir", o taxista que levou o trio de um apartamento no bairro de Schaerbeek ao aeroporto na terça dos atentados (22) teria reconhecido Cheffou como o terceiro envolvido no ataque, após a polícia lhe mostrar retratos.

No entanto, nesta segunda, a polícia o liberou. Em comunicado, a Procuradoria Federal informa que "as pistas que levaram à detenção de Fayçal C. não foram sustentadas pela evolução do inquérito". Policiais foram ao apartamento dele, próximo da estação de metrô de Maelbeek —o outro alvo dos atentados—, mas nada acharam.

Fotomontagem
In this image grab taken from a video on March 26, 2016 shows Faycal Cheffou, one of the main suspects of the Brussels attacks, speaking in a video posted on YouTube in 2014 in which he calls himself an independent journalist demanding the authorities respect the rights of asylum-seekers. Faycal Cheffou, believed to be the
Montagem com Faycal Cheffou, identificado como suspeito pela imprensa local, mas já liberado

A libertação de Fayçal C. foi alvo de questionamentos por parte da opinião pública belga, pois há o temor de uma situação semelhante à de Ibrahim el-Bakraoui, 29.

Preso na Turquia em 2015 sob acusação de laço com a facção terrorista Estado Islâmico, Bakraoui não teve extradição pedida pelo governo belga, que não via provas contra ele. Com isso, ele voltou livremente a Bruxelas.

Com as investigações em curso, mais três suspeitos foram acusados de "atividade terrorista" nesta segunda.

Identificados como Yassine A., Mohammed B. e Aboubakr O., eles foram presos após várias operações policiais em Bruxelas e nas cidades de Mechelen e Duffel.

A Procuradoria não especificou se eles teriam relação com os ataques do dia 22 ou se planejavam novas ações.

MORTOS VÃO A 35

A ministra da Saúde da Bélgica, Maggie De Block, anunciou nesta segunda que quatro feridos nos ataques morreram no hospital, sem detalhar nomes ou nacionalidade. "As equipes médicas fizeram todo o possível. Coragem às famílias", escreveu De Block no Twitter.

Assim, o número de vítimas sobe para 35, além dos cerca de 300 feridos, sendo 55 deles em estado crítico. Os três suicidas do aeroporto e da estação de metrô não estão incluídos nessa conta.

Dos 31 mortos confirmados até o domingo, 28 foram identificados –15 morreram no aeroporto e 13 no metrô.

Das vítimas no terminal de Zaventem, seis eram belgas, e os outros nove eram de EUA, Holanda, Suécia, Alemanha, França e China (não se especificou quantos de cada país). Embora as autoridades não tenham identificado peruanos, a família de Adelma Tapia Ruiz, 37, confirmou que ela morreu na explosão.

Já entre os 13 mortos no vagão de metrô, havia dez belgas, um italiano, um sueco e um britânico.


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