Folha de S. Paulo


Muçulmanos belgas rejeitam violência provocada pelo terrorismo

É hora da última oração do dia, o Isha, na Grande Mesquita de Bruxelas, no simbólico Parque do Cinquentenário. A poucas ruas dali estão as instituições europeias e a estação de metrô de Maelbeek, um dos alvos dos ataques terroristas desta terça-feira (22).

"Nós somos as primeiras vítimas do que aconteceu aqui em Bruxelas", diz um homem de meia idade ao falar do preconceito contra a comunidade islâmica.

As pessoas que estão a caminho da Grande Mesquita fazem questão de dizer que os atentados de Bruxelas "não têm nenhuma relação com o Islã". "Muçulmanos de verdade não são feitos para matar pessoas, esses são criminosos", sentencia o grupo.

Calcula-se que existam cerca de 300 mil muçulmanos em Bruxelas, quase um quarto da população. Apenas 14 das 80 mesquitas da cidade são reconhecidas pelas autoridades do país.

Na terça, a Liga dos Imãs da Bélgica repudiou "os atos criminosos" que deixaram 31 mortos e 300 feridos na capital do país.

Após os atentados de Paris, o governo belga prometeu ajudar os bairros multiétnicos como Molenbeek, Anderlecht e Schaerbeek a lutar contra a radicalização religiosa.

A discriminação e a falta de integração social são a base do problema que tem levado jovens de origem muçulmana a se aproximar de grupos extremistas. Nos últimos anos, entre 500 e 800 militantes viajaram à Síria e ao Iraque se juntar a facções terroristas.

Radicalização europeia


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