Folha de S. Paulo


Ataques matam ao menos 31 em aeroporto e metrô de Bruxelas

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Ataques reivindicados pelo Estado Islâmico no aeroporto e no sistema de metrô de Bruxelas deixaram ao menos 31 mortos e mais de 300 feridos nesta terça-feira (22) na Bélgica, causando o fechamento temporário da capital belga e o aumento do alerta de segurança em toda a Europa. Ao menos dois homens-bomba fizeram parte dos ataques.

De acordo com o prefeito de Bruxelas, 20 pessoas foram mortas em uma explosão em um trem na estação Maelbeek, perto das 9h locais (5h em Brasília) —horário de pico.

A estação fica a poucos metros da sede da União Europeia. "Há 17 pessoas seriamente feridas", disse o prefeito Yvan Mayeur.

Cerca de uma hora antes, duas explosões na área de embarque do aeroporto internacional de Zaventem, nos arredores da capital belga, causaram 11 mortes.

De acordo com o promotor belga Frederic Van Leeuw, as autoridades procuram um suspeito de envolvimento nos atentados no aeroporto. Ele teria fugido após outros dois homens "provavelmente" terem se suicidado na ação.

Imagens de câmeras de segurança mostram o homem vestido com uma jaqueta de cores claras, chapéu preto e óculos de sol.

Promotores federais belgas disseram ter encontrado um "dispositivo explosivo com pregos", produtos químicos e uma bandeira do Estado Islâmico durante uma busca realizada no bairro de Schaerbeek, em Bruxelas, após os atentados.

Passageiros descreveram cenas de terror no aeroporto. "Vi um soldado arrastando um corpo", disse Tom De Doncker, 21, que trabalha na área de check-in e estava perto do local da segunda explosão.

A Bélgica elevou seu alerta terrorista para o seu nível mais alto, desviando aviões e trens e ordenando as pessoas a se manterem longe dos locais atingidos.

Aeroportos em toda a Europa imediatamente aumentaram sua segurança.

Bruxelas

De acordo com o site belga Sudinfo.be, o ex-jogador de basquete brasileiro naturalizado belga Sebastian Bellin, 37, é um dos feridos.

"Estamos em guerra", afirmou o premiê francês, Manuel Valls, depois de um encontro de crise convocado pelo presidente francês, François Hollande. "Nos últimos meses, temos sido alvo na Europa de atos de guerra", afirmou, em um referência aos ataques de novembro e de janeiro do ano passado na França.

As autoridades de segurança europeias vinham se preparando por um grande ataque havia semanas, e alertaram que a facção Estado Islâmico vinha se preparando para um ato terrorista.

A prisão de Salah Abdeslam, suspeito-chave nos ataques em Paris, reforçou esses temores, já que, segundo investigadores, há mais pessoas envolvidas nos atentados na capital francesa do que se acreditava originalmente. Alguns deles ainda estão foragidos.

Mas o premiê belga, Charles Michel, afirmou que ainda não há evidências vinculando Abdeslam às ações. Depois de sua prisão, na sexta-feira (18), ele disse às autoridades que havia criado uma nova rede e planejava novos ataques.

Michel condenou os "atentados cegos, violentos e covardes" desta terça. "Temíamos um atentado terrorista e ocorreu", afirmou Michel durante uma coletiva, na qual pediu à população "tranquilidade e solidariedade". 

"É um momento trágico, um momento negro para o reino", afirmou.

Ataque em Bruxelas

Em Cuba, onde realiza uma visita histórica, o presidente dos EUA, Barack Obama, abriu seu discurso no Gran Teatro Alicia Alonso afirmando: "Podemos e vamos derrotar aqueles que ameaçam a segurança das pessoas de todo o mundo". "Os pensamentos e orações do povo americano estão com o povo da Bélgica, e nós somos solidários a eles", acrescentou.

Bruxelas foi a base de organização dos terroristas que cometeram os ataques de novembro em Paris, que deixaram 130 mortos e foram reivindicado pelo EI.


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