Folha de S. Paulo


UE pede a mais países que sancionem a Rússia devido à anexação da Crimeia

A União Europeia pediu nesta sexta-feira (18) que mais países imponham sanções à Rússia por causa da anexação da península da Crimeia, na Ucrânia. Em 18 de março de 2014, a Rússia decretou a anexação da península.

O Kremlin disse que a Crimeia é "terra russa" e que seu status não é negociável.

Em um comunicado emitido no dia do segundo aniversário da anexação, o grupo de 28 países europeus disse que estava muito preocupado com reforço militar de Moscou na região.

A UE informou também que iria manter as sanções que proíbem companhias europeias de investir na exploração de petróleo e gás no mar Negro por companhias russas.

"A União Europeia continua empenhada em implementar plenamente a sua política de não reconhecimento, incluindo a tomada de medidas restritivas mais severas", afirmou em nota o Conselho Europeu, que representa os governos da UE.

"A UE insta novamente os Estados membros da ONU a considerar medidas semelhantes de não reconhecimento [da anexação da Crimeia".

O Kremlin respondeu que a questão da Crimeia não pode ser "um tema de negociações internacionais".

"Nossa posição é conhecida: esta é uma região da Federação Russa. A Rússia não tem discutido e nunca discutirá suas regiões com ninguém", disse o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, durante uma teleconferência com jornalistas.

"Em relação a este caso, devemos tratar com respeito a expressão do desejo dos moradores da Crimeia e a decisão que foi tomada há dois anos", disse.

Peskov estava se referindo ao referendo da Crimeia na secessão da Ucrânia, em março de 2014, que foi seguido por um pedido formal do Parlamento local à Federação Russa para que a região fosse aceita com o status de república.

Nesta sexta, o presidente Putin tem agendada visita ao estreito de Kerch, local onde está sendo construída uma ponte para ligar a Crimeia à Rússia.

Editoria de Arte/Folhapress
CRIMEIA

A Otan e a UE estão preocupadas com o reforço militar da Rússia na Crimeia, que dizem ser parte de uma estratégia para configurar zonas defensivas com baterias de mísseis terra-ar e mísseis antinavio.

Assim como a UE, outras grandes economias, como EUA, Japão, Austrália e Canadá impuseram sanções à Rússia sobre a Crimeia. Mas outros, incluindo a China e o Brasil, têm evitado críticas diretas a Moscou.


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