Folha de S. Paulo


Moradores de Calais vão a Paris por mais incentivo à economia local

Centenas de moradores da cidade de Calais, no norte da França, viajaram nesta segunda-feira (7) a Paris para protestar contra o impacto negativo da crise migrante na economia local.

Dez ônibus, transportando cerca de 500 pessoas, a maioria dos quais trabalhadores de empresas locais, deixaram a cidade portuária francesa pela manhã para se encontrar com o ministro das Finanças, Michel Sapin, e representantes do presidente François Hollande no Palácio do Eliseu no final da tarde.

Os manifestantes afirmam que o grande número de migrantes no acampamento improvisado conhecido como "a selva" prejudicou muito as atividades das empresas locais.

Denis Charlet/AFP
Men carry their belongings after been evicted during the dismantling of the southern part of the so-called 'Jungle' migrant camp in Calais, northern France, on March 7, 2016. A second week of demolition was underway on March 7, 2016 in the Calais migrant camp known as the
Migrantes carregam seus pertences durante a desocupação do acampamento em Calais, na França

David Sagnard, um membro da delegação que viajou à capital francesa, disse que os manifestantes querem redução de impostos em seus negócios para impulsionar a atividade econômica e a geração de emprego.

A maioria dos migrantes que vivem na área tentam atravessar o canal da Mancha para chegar ao Reino Unido.

DESMONTE

Suspenso no fim de semana, o desmonte da parte sul do acampamento dos migrantes em Calais recomeçou na manhã desta segunda-feira, cercado de um grande aparato policial.

A desmontagem era observada por cerca de 70 migrantes e membros de organizações humanitárias, mantidos à distância por um cordão policial.

Algumas crianças tentaram entregar rosas brancas aos policiais, que permaneceram impassíveis.

Alguns manifestantes mostravam cartazes com a frase "Países europeus. Onde estão os direitos humanos?".

Os nove iranianos que costuraram suas bocas na semana passada para protestar contra a destruição de seus barracos uniram-se à manifestação e iniciaram uma greve de fome.

Desde 29 de fevereiro já foram desmantelados pouco mais de dois hectares dos 7,5 planejados, informaram autoridades francesas.

Alguns quilômetros a leste de Calais, em Grande-Synthe, o primeiro campo de refugiados na França que segue normas internacionais abrirá suas portas nesta segunda-feira.

François Lo Presti/AFP
members walk past the France's first-ever refugee camp to meet international humanitarian for migrants and refugees on March 7, 2016 in Grande-Synthe, northern France. A second week of demolition was underway on March 7 in the Calais migrant camp known as the
Alojamentos de madeira para receber migrantes em Grande-Synthe, perto de Calais, na França

Nele, cerca de 200 casas de madeira poderão acomodar 1.050 pessoas que estavam até agora em um acampamento insalubre na mesma cidade.

Segundo as autoridades, entre 800 e 1.000 pessoas vivem no setor sul da "selva" de Calais, que está senda desmontada. Associações estimam esse número em 3450.

ONDE FICAM CALAIS E GRANDE-SYNTHE


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