Folha de S. Paulo


Otan amplia patrulha no mar contra travessia ilegal para a Europa

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) vai expandir sua missão de patrulha do mar Egeu para coibir traficantes que fazem a travessia ilegal de refugiados rumo à Europa.

Em entrevista à agência Associated Press neste domingo (6), o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, disse que a partir desta semana os navios da operação também vão monitorar as águas territoriais da Grécia e da Turquia, e os dados do monitoramento serão compartilhados com a Frontex (agência europeia de fronteiras).

"A Otan fará com que a Frontex e as guardas costeiras da Grécia e da Turquia possam agir em tempo real", afirmou Stoltenberg à AP.

Yannis Behrakis/Reuters
Refugiados sírios desembarcam de bote superlotado em uma praia na ilha grega de Lesbos, após atravessar parte do mar Egeu
Refugiados sírios desembarcam na ilha grega de Lesbos, após atravessar parte do mar Egeu

Iniciada em fevereiro, a missão conta com quatro navios de guerra —da Alemanha, Canadá, Grécia e Turquia—, e os governos da França e do Reino Unido também se comprometeram a participar. Stoltenberg disse que mais países devem aderir em breve.

O anúncio do chefe da Otan abre uma semana crucial para a União Europeia buscar uma política comum diante da crise de refugiados. Nesta segunda (7), líderes do bloco se reúnem em Bruxelas para uma cúpula extraordinária sobre o tema, com participação do premiê turco, Ahmet Davutoglu.

A Turquia não integra a UE, mas é parte essencial na reunião por ser a principal rota de passagem de refugiados em direção ao continente europeu, especialmente os vindos da vizinha Síria.

O objetivo é firmar um acordo com Ancara para reforçar o controle das fronteiras turcas, além de financiar a assistência àqueles que permanecem em acampamentos na Turquia —cerca de 2,5 milhões de pessoas.

Na sexta (4), um relatório da Eurostat pôs ainda mais pressão sobre os dirigentes do bloco, com a notícia de que a UE recebeu 1,25 milhão de pedidos de asilo em 2015, mais que o dobro dos 562 mil do ano anterior.

Os sírios, que sofrem há cinco anos com uma guerra civil, foram responsáveis por quase um terço das solicitações do ano passado, com 362,7 mil pedidos. Em seguida vieram os afegãos (178,2 mil) e iraquianos (121,5 mil).


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